CENÁRIO AGRO

Impasse nas negociações de milho no Brasil: saiba os detalhes e os impactos

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CNA

Compradores mais ativos, mas cautelosos nas ofertas

O mercado brasileiro de milho teve uma semana marcada por baixa movimentação nos negócios. Segundo a Safras Consultoria, embora os compradores estejam mais presentes na busca por lotes, muitos têm evitado fechar negócios, à espera de uma possível queda nos preços com o avanço da colheita da safrinha.

Produtores também adotam postura defensiva

Do lado dos vendedores, a cautela também predomina. A lentidão nos trabalhos de campo em algumas regiões, como São Paulo, faz com que os produtores resistam às fixações de venda, aguardando melhores condições de mercado.

Câmbio volátil limita avanço nas exportações

A volatilidade do dólar, influenciada por fatores políticos e econômicos internos e externos, também afetou a paridade de exportação nos portos. A moeda oscilou entre R$ 5,00 e R$ 5,50 durante a semana, dificultando a definição de preços mais atrativos para o comércio exterior.

Previsão de chuva pode atrasar colheita

A previsão de chuvas para a Região Sul do país nos próximos dias, incluindo áreas de São Paulo e Mato Grosso do Sul, pode atrasar ainda mais o ritmo da colheita. Esse cenário aumenta a especulação no mercado e reforça a tendência de paralisação nos negócios.

Cenário internacional com clima favorável nos EUA

No mercado externo, a Bolsa de Chicago registrou fraqueza durante a semana. O desempenho foi pressionado pelas condições climáticas favoráveis ao desenvolvimento das lavouras de milho nos Estados Unidos, o que contribui para um ambiente de pressão nos preços globais.

Expectativa para o curto prazo

A tendência, segundo analistas, é que o mercado de milho no Brasil siga travado nos próximos dias, com pouca evolução nas negociações, tanto no físico quanto no disponível.

Preços internos do milho

Média nacional (24 de julho): R$ 60,96 por saca — alta de 0,21% frente à semana anterior (R$ 60,83)

  • Cascavel (PR): R$ 58,00 — estável
  • Campinas/CIF (SP): R$ 66,00 — estável
  • Mogiana (SP): R$ 60,00 — estável
  • Rondonópolis (MT): R$ 54,00 — estável
  • Erechim (RS): R$ 70,00 — alta de 2,94% (ante R$ 68,00)
  • Uberlândia (MG): R$ 58,00 — queda de 1,69% (ante R$ 59,00)
  • Rio Verde (GO): R$ 55,00 — alta de 1,85% (ante R$ 54,00)
Desempenho das exportações em julho

As exportações brasileiras de milho seguem em ritmo lento. Até o dia 24 de julho (14 dias úteis), o Brasil registrou:

  • Receita total: US$ 193,449 milhões
  • Média diária: US$ 13,817 milhões
  • Volume total exportado: 900,166 mil toneladas
  • Média diária exportada: 64,297 mil toneladas
  • Preço médio da tonelada: US$ 214,90

Em comparação com julho de 2024:

  • Queda de 54,6% na receita média diária
  • Redução de 58,4% no volume médio diário exportado
  • Alta de 9% no preço médio da tonelada

Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

Com impasses entre oferta e demanda, além de cenário externo instável, o mercado do milho no Brasil segue pressionado e sem sinais claros de retomada nas negociações no curto prazo.

Fonte: portaldoagronegocio

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