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Impactos do frio e excesso de chuva na safra de algodão em Mato Grosso: avaliação dos pesquisadores

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Fundação Mato Grosso

Chuvas intensas e frio afetam safras no Mato Grosso

As fortes chuvas e as baixas temperaturas registradas em Mato Grosso entre a segunda quinzena de junho e o início de julho devem influenciar negativamente a produtividade e a qualidade da safra de algodão 2024/25 no estado. Pesquisadores da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT) estão monitorando as lavouras e realizando ensaios para avaliar esses impactos climáticos.

Chuva incomum em Sapezal e outras regiões

No município de Sapezal, no oeste do estado e uma das principais regiões produtoras de algodão, foram registrados 108 milímetros de chuva entre os dias 23 e 24 de junho — volume considerado elevado e inesperado para o período. Segundo a pesquisadora Daniela Dalla Costa, da Fundação MT, parte das lavouras já estava com capulhos abertos e a pluma exposta, especialmente em áreas plantadas entre dezembro de 2024 e janeiro de 2025, o que agrava os impactos. Apesar disso, essa faixa de plantio ainda corresponde a uma parcela pequena da área total no estado.

Estudos em andamento em outras regiões do estado

Ensaios também estão sendo realizados nos Centros de Aprendizagem e Difusão (CADs) de Primavera do Leste e Sorriso, onde as chuvas entre 23 e 24 de junho foram menores (33 mm e 35 mm, respectivamente). Mesmo assim, pesquisadores identificam perdas na produtividade e sinais de deterioração na qualidade da fibra devido à umidade excessiva.

Frio prolongado retarda colheita e afeta desenvolvimento

Durante a primeira semana de julho, Mato Grosso enfrentou uma onda de frio que durou quatro dias consecutivos. Em Sapezal, as temperaturas mínimas ficaram entre 11,7°C e 12,9°C, enquanto em Sorriso as madrugadas tiveram mínimas de 14,6°C, conforme dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

De acordo com Daniela Dalla Costa, essas baixas temperaturas desaceleram o metabolismo das plantas, prolongando o ciclo do algodão e retardando a colheita. O frio, apesar de previsto, foi mais duradouro que o esperado, causando impactos significativos no desenvolvimento das lavouras.

Recomendações para manejo na fase final do ciclo

A pesquisadora orienta que os produtores devem reforçar o planejamento do manejo, especialmente na fase final da cultura. O uso estratégico de maturadores e desfolhantes será essencial para garantir a maturação uniforme e a queda natural das folhas sem comprometer a qualidade da fibra no momento da colheita.

17º Encontro Técnico de Algodão apresenta dados e estratégias

Os resultados dessas pesquisas, além do panorama de pragas, doenças, produtividade e novidades em cultivares, serão apresentados no 17º Encontro Técnico de Algodão, organizado pela Fundação MT entre os dias 2 e 4 de setembro, no Hotel Gran Odara, em Cuiabá.

Entre os temas em destaque estarão a escolha adequada das cultivares, o manejo de reguladores de crescimento — fundamental diante do alongamento do ciclo — e o controle eficaz de doenças e pragas durante o desenvolvimento da planta.

O evento também discutirá a importância da qualidade da fibra para o comércio exterior. As inscrições já estão abertas no site fundacaomt.com.br.

Fonte: portaldoagronegocio

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