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CENÁRIO AGRO

FS testa produção de proteína para ração animal a partir de resíduos do etanol de milho: inovação no agronegócio

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A FS, uma das principais produtoras de etanol de milho do Brasil, está investindo na construção de uma planta-piloto ao lado de sua usina em Lucas do Rio Verde (MT). O objetivo é testar a produção do pekilo, uma proteína voltada à nutrição animal obtida a partir da fermentação de resíduos industriais da produção de etanol.

Parceria com empresa finlandesa e investimento de R$ 20 milhões

O projeto está sendo desenvolvido em parceria com a empresa finlandesa Enifer, detentora da patente do fungo utilizado na produção do pekilo. O investimento total estimado é de R$ 20 milhões, dos quais R$ 9,8 milhões virão de subsídio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), por meio do edital Mais Inovação Brasil. O restante será contrapartida da FS.

Resíduos como matéria-prima: vinhaça e xarope

Para o cultivo do fungo, a FS utilizará como substrato resíduos do processo de produção de etanol, como a vinhaça “fina” – um líquido rico em matéria orgânica – e o xarope, obtido após a concentração térmica da vinhaça. A planta-piloto deverá consumir cerca de 5% da vinhaça gerada atualmente na usina. Caso o projeto avance para escala industrial, esse percentual poderá chegar a até 50%.

Produção do pekilo visa mercado de nutrição animal

Os testes realizados em laboratório com a fermentação do pekilo resultaram em um produto com mais de 60% de proteína, o que abre possibilidade de aplicação em nichos da nutrição animal, como aquacultura, alimentação de pintinhos e animais de estimação.

Produto poderá competir com superproteínas, como farinha de peixe e proteína de inseto

Segundo Daniel Lopes, vice-presidente de novos negócios e sustentabilidade da FS, a planta-piloto permitirá estudar melhor a especificação técnica, a produtividade e os possíveis mercados para o produto. “Ainda temos um nível de incerteza, mas vemos o pekilo competindo com produtos de alto valor proteico e nutricional, como a proteína de inseto”, afirmou o executivo.

Potencial para atender mercado sustentável

No setor de aquacultura, por exemplo, a farinha de peixe é amplamente utilizada como fonte de proteína. No entanto, mercados mais preocupados com sustentabilidade já adotam as chamadas “superproteínas”, como proteínas bacterianas e de inseto – categorias nas quais o pekilo também poderá se inserir.

Comercialização futura será definida após validação do produto

O desenvolvimento da planta-piloto, prevista para começar a operar em junho de 2026, permitirá à FS e à Enifer validar o produto final e, a partir disso, estruturar o modelo comercial da parceria para produção e venda do pekilo.

Fonte: portaldoagronegocio

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