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Frutas de clima temperado: como o frio do inverno pode favorecer a produção, mas exige cuidados especiais

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Frio intenso beneficia fruticultura de clima temperado

As ondas de frio registradas neste inverno podem trazer impactos positivos para os produtores de frutas típicas de clima temperado, como maçã, uva, pêssego e ameixa. De acordo com a consultoria meteorológica Nottus, a estação tem proporcionado o acúmulo necessário de horas de frio, condição essencial para a quebra de dormência das plantas, garantindo um bom desenvolvimento das culturas. O clima mais frio também contribui para o controle natural de pragas, melhora a formação das folhas e influencia positivamente a qualidade visual dos frutos.

Região Sudeste deve ter inverno menos seco em 2025

No Sudeste, onde o inverno é geralmente seco, a previsão para 2025 é mais favorável ao cultivo de hortaliças. Segundo o CEO da Nottus, Paulo Etchichury, o tempo seco deverá ser menos rigoroso, com possibilidade de retorno das chuvas entre agosto e setembro. Além disso, diminui o risco de ondas de calor extremo, inclusive na primavera, o que ajuda a reduzir os custos com irrigação e energia elétrica para os produtores da região.

Excesso de frio pode afetar maturação e consumo de hortifrúti

Apesar dos benefícios, o excesso de frio pode retardar o crescimento e a maturação de algumas frutas e legumes, impactando a oferta e os preços no curto prazo. As temperaturas mais baixas também afetam o comportamento do consumidor, que tende a consumir menos alimentos frescos e saladas, o que pode influenciar negativamente as vendas do setor.

Risco de geadas tardias preocupa produtores no Sul

Outro ponto de atenção é o risco de geadas tardias entre agosto e setembro, especialmente no Sul do país. Esse fenômeno pode coincidir com o período de floração de diversas frutíferas, prejudicando a próxima safra. “Este inverno é bem diferente do registrado em 2024, quando houve ondas de calor. A intensidade do frio neste ano exige adaptações por parte dos produtores e pode representar riscos importantes para o setor hortifrutícola, que é bastante sensível às mudanças no clima”, ressalta Etchichury.

Previsões indicam retorno do frio e da chuva a partir de agosto

Após um início de julho com frio e chuvas no Sul e Sudeste, a tendência para o restante do mês é de clima mais seco e sem quedas acentuadas de temperatura. No entanto, a partir de agosto, o avanço de frentes frias deve trazer novamente chuvas e queda nas temperaturas, com possibilidade de prolongamento até setembro.

Neutralidade climática e variabilidade exigem atenção redobrada

Segundo a Nottus, o comportamento mais típico do inverno em 2025 está relacionado à neutralidade climática — ausência dos fenômenos El Niño e La Niña —, o que favorece a ocorrência de ondas de frio. Apesar disso, a variabilidade do clima segue presente. “Ainda há chances de episódios de frio intenso até o fim do inverno e até mesmo na primavera. Por isso, é essencial que os produtores acompanhem as previsões e estejam preparados para ajustar suas estratégias de cultivo, irrigação e colheita”, alerta o meteorologista.

Adaptação é chave para o setor hortifrúti

O cenário climático de 2025 reforça os desafios enfrentados pelos produtores do setor hortifrutícola no Brasil. As oscilações naturais, somadas aos efeitos das mudanças climáticas, exigem maior capacidade de adaptação a novos padrões de cultivo, manejo, colheita e comercialização para garantir produtividade e rentabilidade nas lavouras.

Fonte: portaldoagronegocio

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