O dólar iniciou esta quarta-feira (9) em forte alta e voltou a ser negociado acima da marca de R$ 6, impulsionado pelo acirramento das disputas comerciais entre Estados Unidos e China. Por volta das 9h45, a moeda norte-americana era cotada a R$ 6,09.
A reação do mercado ocorre após o Ministério das Finanças da China anunciar, nesta manhã, a imposição de tarifas de 84% sobre produtos americanos — um aumento de 50 pontos percentuais em relação aos 34% definidos na semana anterior.
A medida chinesa é mais uma resposta às ações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que decidiu ampliar as retaliações contra o governo chinês. Nesta quarta, entraram em vigor as tarifas de 104% impostas pelos EUA contra a China, além de novas tarifas que variam de 10% a 50% aplicadas a mais de 180 países. De acordo com Trump, os alvos dessas medidas são nações que mantêm déficits comerciais com os EUA ou dificultam o acesso de produtos americanos aos seus mercados.
Às 9h47, o dólar avançava 1,63%, sendo negociado a R$ 6,0951. A máxima do dia, até o momento, foi de R$ 6,0961. No pregão anterior, a moeda teve alta de 1,47%, encerrando o dia a R$ 5,9973. Com isso, o dólar acumula ganhos de 2,77% na semana e de 5,11% no mês, embora ainda registre queda de 2,95% no ano.
Já o principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa, que inicia suas negociações às 10h, encerrou a terça-feira (8) com baixa de 1,32%, aos 123.932 pontos. No acumulado da semana, o índice registra retração de 2,61%, queda de 4,86% no mês e avanço de 3,03% em 2025.
Fatores que influenciam os mercados
As tensões comerciais seguem no centro das atenções dos investidores. Na véspera, Trump afirmou que pretende firmar “acordos justos” com os países que buscarem negociar as novas tarifas com os Estados Unidos. A União Europeia, por sua vez, também se pronunciou sobre o tema. Um porta-voz do bloco declarou que a UE deseja evitar tarifas recíprocas e uma eventual guerra comercial com os EUA.
A fala ocorre após a Casa Branca ter rejeitado uma proposta europeia de adotar uma política tarifária de “zero a zero” sobre todos os bens industriais comercializados entre o bloco e os Estados Unidos.
Ainda nesta semana, o conselheiro econômico da Casa Branca, Peter Navarro, afirmou que os EUA só aceitariam um acordo com a União Europeia caso o bloco reduza suas barreiras não tarifárias, como as exigências em regulamentações de segurança alimentar.
Apesar do impasse, o porta-voz europeu reiterou que o desejo de firmar um entendimento com os Estados Unidos permanece inalterado. “Estamos aguardando que nossos colegas americanos se envolvam de forma significativa nas negociações”, declarou.
Fonte: portaldoagronegocio