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Agronegócio

Desafios da Sucessão e População no Campo em Santa Catarina: Estratégias para o Futuro Rural

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A sucessão rural e a diminuição da população no campo têm se tornado questões centrais no cenário agrícola catarinense, conforme alertado por José Zeferino Pedrozo, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC). A estrutura fundiária de Santa Catarina é composta, majoritariamente, por pequenas propriedades que se destacam pela alta produtividade em diversas culturas. Esse perfil de minifúndios dedicados à policultura é, sem dúvida, um dos maiores responsáveis pelo sucesso econômico da região.

No entanto, garantir a sucessão dessas propriedades é um desafio crucial para assegurar a continuidade da produção rural que consolidou Santa Catarina como referência tanto no Brasil quanto no exterior. A falta de consenso sobre o tema, com algumas lideranças do setor agrícola apontando que apenas 5% dos estabelecimentos rurais possuem um processo sucessório estruturado, evidencia a necessidade de um debate mais aprofundado e menos superficial sobre o futuro das pequenas propriedades. O tema tem sido frequentemente tratado com análises contraditórias e um cenário de desinformação.

Atualmente, com 375 mil propriedades rurais registradas no Cadastro Ambiental Rural (CAR), a sucessão é um fator determinante para a preservação da viabilidade dessas unidades de negócios. Por outro lado, a crescente qualificação dos produtores rurais tem trazido novos ares para o campo, especialmente com os investimentos realizados pelo Sistema S (Senar, Sebrae, Sescoop), cooperativas, agroindústrias e universidades. A assistência técnica e gerencial (ATeG), uma iniciativa da CNA/Faesc/Senar, tem promovido uma verdadeira revolução nas práticas agrícolas, tornando as empresas rurais mais produtivas e rentáveis, contribuindo, assim, para o aumento da riqueza no campo.

Em paralelo à sucessão, outro grande desafio é o esvaziamento das áreas rurais. De acordo com o último Censo Demográfico (2022), a população rural de Santa Catarina caiu para 886,1 mil habitantes, representando apenas 11,6% da população total do estado, um reflexo da crescente migração do campo para a cidade. Há 30 anos, a população rural representava 25% da população catarinense. Essa tendência é acelerada, com uma análise demográfica apontando que apenas os micropolos rurais observaram aumento populacional, enquanto os pequenos municípios enfrentam queda demográfica.

A concentração populacional na faixa litorânea do estado, já conhecida como litoralização, é um processo prejudicial. Ele esvazia regiões do interior, criando escassez de mão de obra tanto para as empresas rurais quanto para as urbanas. As cidades litorâneas, por sua vez, enfrentam problemas decorrentes do inchaço populacional.

Alguns países desenvolvidos adotaram a agricultura de tempo parcial, permitindo que as pessoas trabalhassem no campo e morassem nas cidades, uma estratégia que poderia ser viável em Santa Catarina. Outra alternativa a ser considerada é o voto distrital misto, um sistema que garantirá representação igualitária para todas as microrregiões do estado, uma metodologia que merece ser estudada e, eventualmente, aplicada.

Fonte: portaldoagronegocio

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