O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,26% em maio, apresentando desaceleração em relação a abril, quando a taxa foi de 0,43%. No acumulado de 2025, a inflação chega a 2,75%, e nos últimos 12 meses, o índice acumula 5,32%, abaixo dos 5,53% registrados nos 12 meses anteriores. Em maio de 2024, a variação havia sido de 0,46%.
Confira os principais destaques da divulgação do IBGE e como os indicadores afetam o bolso dos brasileiros, inclusive os custos na cadeia produtiva agropecuária:
Habitação puxa inflação com energia elétrica mais cara
O grupo Habitação teve a maior variação mensal (1,19%) e o maior impacto individual no IPCA de maio (0,18 ponto percentual). O principal fator foi o reajuste na energia elétrica residencial, que subiu 3,62%. A vigência da bandeira tarifária amarela, que adiciona R$ 1,885 a cada 100 kWh consumidos, impulsionou a alta.
Reajustes regionais relevantes também influenciaram o resultado:
- Recife: +7,16% (reajuste de 3,33% a partir de 29/4)
- Fortaleza: +6,57% (redução de 1,68% a partir de 22/4)
- Aracaju: +5,38% (reajuste de 6,99% a partir de 22/4)
- Salvador: +4,77% (reajuste de 2,07% a partir de 22/4)
- Belo Horizonte: +3,67% (reajuste de 7,36% a partir de 28/5)
- Campo Grande: +1,73% (reajuste de 0,91% a partir de 08/4)
Ainda no grupo, o gás encanado subiu 0,25% no Rio de Janeiro, e a taxa de água e esgoto avançou 0,77% com reajustes aplicados nas seguintes capitais:
- Recife: +8,19%
- Porto Alegre: +2,91%
- Rio Branco: +2,37%
- Curitiba: +1,72%
Alimentos desaceleram, mas preços seguem mistos
O grupo Alimentação e bebidas, o de maior peso no IPCA, desacelerou de 0,82% em abril para 0,17% em maio.
A alimentação no domicílio teve aumento de apenas 0,02%, com destaque para as quedas nos preços de:
- Tomate: -13,52%
- Arroz: -4,00%
- Ovo de galinha: -3,98%
- Frutas: -1,67%
Por outro lado, houve aumento nos preços de:
- Batata-inglesa: +10,34%
- Cebola: +10,28%
- Café moído: +4,59%
- Carnes: +0,97%
A alimentação fora do domicílio subiu 0,58%, com a refeição acelerando para 0,64% e o lanche desacelerando para 0,51%.
Transportes têm queda e ajudam a conter inflação
O grupo Transportes apresentou recuo de 0,37%, com impacto negativo de -0,08 p.p. no índice geral. O resultado foi influenciado por:
- Passagens aéreas: -11,31%
- Combustíveis: -0,72%
- Óleo diesel: -1,30%
- Etanol: -0,91%
- Gás veicular: -0,83%
- Gasolina: -0,66%
Em contrapartida, o ônibus urbano subiu 0,54%, puxado por:
- Tarifa zero aos domingos e feriados em Brasília (+12,90%) e Belém (+2,15%)
- Reajuste tarifário em Belém (+15%) desde 14/4
- Curitiba (-1,48%) com redução tarifária em feriados e domingos
- Metrô: +1,37%, com reajuste no Rio de Janeiro (+1,94%) e gratuidade em Brasília aos domingos
Saúde e cuidados pessoais desaceleram
O grupo Saúde e cuidados pessoais registrou aumento de 0,54%, ante 1,18% em abril. Destaques:
- Produtos farmacêuticos: +0,69%, após reajuste de até 5,09% autorizado a partir de 31 de março
- Planos de saúde: +0,57%
Vestuário tem leve alta
O grupo Vestuário subiu 0,41%, com aumento nos itens:
- Roupa feminina: +0,84%
- Roupa masculina: +0,10%
- Calçados e acessórios: +0,10%
Educação e artigos para casa têm pouca influência
Os grupos Educação (+0,05%) e Artigos de residência (-0,27%) tiveram variação discreta no mês, com impacto reduzido no índice geral.
Desempenho regional do IPCA
A maior variação regional foi observada em Brasília (+0,82%), impulsionada por:
- Energia elétrica: +9,43%
- Gasolina: +2,60%
A menor variação foi em Rio Branco (0,00%), devido à queda no preço do arroz (-6,26%) e dos ovos (-9,09%).
INPC também registra desaceleração
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para famílias com rendimento de 1 a 5 salários mínimos, subiu 0,35% em maio. O acumulado do ano é de 2,85% e, em 12 meses, de 5,20%.
- Alimentos: desaceleraram de 0,76% em abril para 0,26% em maio
- Não alimentícios: variação de 0,38%
Destaques regionais:
- Maior variação: Brasília (+1,24%)
- Menor variação: Rio Branco (+0,09%)
Sobre a metodologia do IPCA e INPC
O IPCA é calculado desde 1980 e reflete os hábitos de consumo de famílias com rendimento entre 1 e 40 salários mínimos. Já o INPC, criado em 1979, considera famílias com rendimento entre 1 e 5 salários mínimos, com o chefe assalariado.
Ambos abrangem dez regiões metropolitanas e seis capitais: Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e Brasília. Os preços foram coletados entre os dias 1º e 29 de maio de 2025 e comparados aos vigentes de 1º a 30 de abril de 2025.
Esse desempenho da inflação traz reflexos para o setor agropecuário, tanto no custo de produção quanto no consumo final dos alimentos. A variação de preços, especialmente em energia e insumos como combustíveis, impacta diretamente as operações no campo.
Fonte: portaldoagronegocio