O consórcio de máquinas agrícolas tem se tornado uma alternativa cada vez mais atrativa para o setor sucroenergético no início de 2025. Após conquistar produtores rurais diante do cenário de juros elevados e da alta da taxa Selic, agora são as usinas de cana que aderem a essa modalidade de compra.
Empresas do setor, como a JP Andrade Agropecuária, de Frutal (MG), começaram a investir em consórcios para aquisição de maquinário. A usina adquiriu sete cotas de R$ 500 mil, totalizando um montante de R$ 3,5 milhões. Em janeiro deste ano, foi contemplada em sorteio e, ao dar lance nos sete grupos, conseguiu adquirir duas máquinas: uma colheitadeira e uma plantadora, ambas avaliadas em R$ 1,8 milhão. A experiência positiva levou a empresa a renovar a carteira com novas cotas.
Segundo Fernando Lamounier, educador financeiro e sócio executivo da Multimarcas Consórcios, a aquisição de maquinário representa um investimento significativo para usinas e produtores rurais, o que torna o consórcio uma alternativa viável. “Embora existam opções de financiamento, os altos juros muitas vezes inviabilizam essas operações. O consórcio, por outro lado, se ajusta melhor às necessidades do setor e tem conquistado cada vez mais credibilidade. Dessa forma, torna-se uma solução econômica para quem busca investir sem comprometer o fluxo de caixa”, avalia o especialista.
A iniciativa da JP Andrade incentivou outras usinas a considerarem a adesão ao modelo de consórcios especializados. O momento favorável do mercado e a possibilidade de adesão mesmo por produtores com restrições financeiras são fatores que impulsionam a tendência.
No Mato Grosso, por exemplo, o consórcio também tem sido amplamente adotado pelos produtores de grãos. A modalidade é vista como um investimento planejado, permitindo a modernização da frota sem comprometer a liquidez dos agricultores.
Lamounier reforça que “o consórcio, além de ser uma alternativa viável em um cenário de incerteza econômica, fortalece a modernização do agronegócio e contribui para a sustentabilidade financeira de um setor estratégico para a economia brasileira”.
Fonte: portaldoagronegocio