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Demanda da indústria sustenta preços da soja no Brasil
Apesar da ampla oferta global, os preços da soja seguem firmes no mercado brasileiro, impulsionados pela demanda consistente da indústria de esmagamento. Esse movimento é sustentado principalmente pelo apetite das indústrias por matéria-prima para a produção de farelo e óleo de soja.
Segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), os preços seguem em alta tanto no mercado interno quanto nas exportações. Os Indicadores CEPEA/ESALQ – Paranaguá (PR) e CEPEA/ESALQ – Paraná apresentaram alta de 1,8% e 1,3%, respectivamente, na parcial de julho até o dia 17.
Mesmo com a firmeza dos preços, o avanço da produção mundial pode exercer pressão nos valores nos próximos meses. O relatório mais recente do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) projeta safra recorde de soja, com produção global estimada em 427,68 milhões de toneladas para a temporada 2025/26, superando os 421,99 milhões da safra anterior.
Diante desse cenário, os produtores devem ficar atentos às oportunidades de comercialização, à movimentação do câmbio e ao ritmo das exportações e do esmagamento interno, que serão determinantes para os preços no curto e médio prazos.
Soja recua em Chicago com melhora no clima do Corn Belt
Na manhã desta segunda-feira (21), os preços da soja negociada na Bolsa de Chicago operavam em baixa, devolvendo parte dos ganhos da semana anterior. Às 7h20 (horário de Brasília), os principais contratos caíam entre 8 e 9 pontos, com o vencimento de agosto cotado a US$ 10,18, o de setembro a US$ 10,12 e o de novembro a US$ 10,44 por bushel.
O recuo se deve, principalmente, às condições climáticas mais favoráveis no Corn Belt, região produtora dos Estados Unidos. Segundo Ginaldo Sousa, diretor do Grupo Labhoro, o clima no fim de semana foi positivo para as lavouras e as previsões indicam chuvas e temperaturas mais amenas nos próximos 10 dias, o que favorece o milho em fase de polinização e a soja em floração, especialmente nos estados do sul da região.
O mercado também aguarda a atualização das condições das lavouras pelo USDA, que será divulgada no final da tarde.
Apesar da leve melhora no cenário, Sousa destaca que as negociações entre Estados Unidos e China continuam distantes. Tradicionalmente, os chineses evitam compras agrícolas dos EUA entre fevereiro e setembro, o que limita expectativas de uma retomada significativa nas exportações americanas para o país asiático neste período.
Soja fecha semana em alta na CBOT com demanda firme e clima seco nos EUA
Mesmo após o recuo desta segunda-feira, a soja encerrou a semana anterior com valorização na Bolsa de Chicago. Os contratos futuros foram impulsionados pela retomada das compras no mercado e pela boa demanda por óleo de soja, além de um novo acordo comercial com a Indonésia, importante importadora de farelo.
Na sexta-feira (19), o contrato de agosto subiu 0,61%, fechando a US$ 10,27 por bushel. O vencimento de setembro avançou 0,89%, para US$ 10,21. O farelo de soja para agosto teve forte alta de 1,97%, cotado a US$ 274 por tonelada curta, enquanto o óleo de soja recuou 0,71%, encerrando a US$ 55,82 por libra-peso.
Rumores sobre a retomada das compras da China, com movimentação de fretes no Golfo do México, também contribuíram para a valorização da commodity. Outro fator de suporte foi a previsão de clima mais seco no Centro-Oeste dos EUA, o que gerou preocupação com a produtividade e estimulou a procura por contratos futuros como forma de proteção.
No acumulado semanal, a soja avançou 2,34% (US$ 23,50 cents/bushel), o farelo subiu 1,40% (US$ 3,70/ton curta) e o óleo de soja registrou alta de 3,85% (US$ 2,07/libra-peso), evidenciando a força dos derivados frente às incertezas climáticas e ao aumento do apetite global por produtos agrícolas americanos.
Fonte: portaldoagronegocio