Após anos de alta contínua, o café começa a apresentar sinais de estabilização nos preços no Brasil. A notícia é bem-vinda para milhões de consumidores, especialmente trabalhadores que incluem o produto no consumo diário. No entanto, no mercado internacional, o cenário segue instável e especulativo, com volatilidade nas cotações e a recente imposição de tarifas pelos Estados Unidos sobre as importações brasileiras.
Leve alívio no bolso do consumidor brasileiro
De acordo com levantamento da VR, ecossistema de soluções para trabalhadores e empregadores, entre maio e junho de 2025, o preço médio de diversas categorias de café apresentou estabilidade ou quedas discretas. O café em cápsula, por exemplo, caiu de R$ 17,26 para R$ 16,91, enquanto o café moído em embalagens de 500g teve leve recuo de R$ 29,71 para R$ 29,66.
Outras variações observadas:
- Café solúvel: subiu de R$ 12,50 para R$ 12,70;
- Pacote de 250g: aumentou de R$ 20,92 para R$ 21,03.
A análise foi feita com base em mais de 5 milhões de notas fiscais, enviadas por 3 milhões de usuários do SuperApp VR.
Apesar da leve desaceleração nos preços recentes, o acumulado entre junho de 2022 e junho de 2025 ainda impressiona:
- Café 500g: +96,1%
- Cápsula: +75,2%
- Café 250g: +61,7%
- Café solúvel: +9,5%
Parcerias para ajudar o trabalhador
Para minimizar os impactos da inflação dos alimentos, a VR tem investido em parcerias com a indústria. Atualmente, quem utiliza o SuperApp VR pode obter cashback de 3% na compra de cafés das marcas L’Or e Pilão.
Segundo Cassio Carvalho, diretor-executivo de Negócios Pessoa Física da VR, a iniciativa visa beneficiar os trabalhadores e também gerar dados estratégicos para as marcas:
“Na VR buscamos parceiros na indústria que podem ajudar a fazer o dinheiro do trabalhador render mais, e essa dinâmica de análise de consumo retroalimenta o mercado ao fornecer dados estratégicos para as marcas, que podem, consequentemente, ofertar aquilo que melhor se adequa aos hábitos do usuário, em especial nesse período de alta dos alimentos.”
Mercado internacional enfrenta volatilidade
Enquanto o consumidor brasileiro começa a sentir algum alívio no bolso, o cenário global do café segue marcado pela incerteza e volatilidade. Nesta quinta-feira (7), os contratos futuros do grão apresentavam comportamentos distintos nas bolsas internacionais.
O mercado acompanha com atenção os efeitos da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre as importações de café brasileiro, medida que deve impactar significativamente o comércio global.
De acordo com o boletim do Escritório Carvalhaes, os estoques estão historicamente baixos tanto nos países produtores quanto nos consumidores. Além disso, o clima irregular nas regiões produtoras e o desequilíbrio entre oferta e demanda agravam a instabilidade.
O boletim destaca ainda que operadores de mercado, no Brasil e nos EUA, tentam convencer o governo americano a isentar o café da nova tarifa, já que os EUA não produzem o grão internamente.
“A imposição dessa tarifa pelos americanos sobre os cafés importados do Brasil desorganizará o mercado internacional”, alerta o documento.
Cotações em movimento nas bolsas
Por volta das 9h15 (horário de Brasília), os contratos futuros do café arábica operavam em alta:
- Setembro/25: +15 pontos, a 293,55 cents/lbp
- Dezembro/25: +40 pontos, a 286,80 cents/lbp
- Março/26: +25 pontos, a 279,10 cents/lbp
Já o café robusta apresentava queda:
- Setembro/25: -US$ 13, cotado a US$ 3.381/tonelada
- Novembro/25: -US$ 8, a US$ 3.332/tonelada
- Janeiro/26: -US$ 8, a US$ 3.269/tonelada
O café vive uma fase de contrastes: alívio para o consumidor brasileiro, que começa a ver os preços cederem, e pressão no mercado internacional, diante de um cenário incerto com estoques baixos, clima irregular e barreiras comerciais. O setor segue atento aos desdobramentos políticos e econômicos que devem influenciar os rumos da cadeia produtiva nos próximos meses.
Fonte: portaldoagronegocio