Queda de preços em Chicago seguida de recuperação
O mercado da soja vivenciou uma queda de preços na Bolsa de Chicago (CBOT) em março, com uma média de USD 10,07/bu, representando uma queda de 3,2% em relação a fevereiro. Essa redução foi influenciada pela incerteza tarifária e pela expectativa de menor demanda pela soja americana. No entanto, na primeira quinzena de abril, os preços reagiram com uma recuperação de 1%, alcançando USD 10,17/bu. Esse movimento foi favorecido pela tensão entre Estados Unidos e China, que enfraqueceu o dólar e estimulou uma demanda por commodities, além de margens de esmagamento favoráveis na China.
Valorização nos preços domésticos
No mercado interno, os preços da soja seguiram a tendência de alta. Em março, a soja em Sorriso (MT) teve uma valorização de 2,4%, chegando a R$ 109/saca. Já na primeira quinzena de abril, o preço subiu 1%, atingindo R$ 110/saca. Esse aumento foi impulsionado pela valorização dos prêmios e pelo fortalecimento do dólar, que favoreceu as cotações domésticas. Os prêmios também apresentaram uma valorização significativa, alcançando os maiores patamares do ano, chegando a USD 100/bu em Paranaguá no início de abril.
Exportação recorde e aumento da demanda
Apesar de um início de ano com atraso na colheita, os embarques de soja atingiram recordes em março, com o envio de 14,7 milhões de toneladas, o maior volume já registrado para o mês. Como resultado, o 1º trimestre de 2025 registrou 22,2 milhões de toneladas de soja exportadas, 0,5% acima do mesmo período do ano anterior, estabelecendo o maior volume histórico para o primeiro trimestre.
Crescimento nos estoques chineses
O relatório de abril do USDA trouxe poucas mudanças nos números globais de oferta e demanda de soja. Os estoques chineses, que atingiram os menores níveis em três anos, começaram a crescer nas últimas semanas e devem continuar aumentando até o final do 3º trimestre de 2025. A demanda chinesa pelo produto continua forte, favorecendo o Brasil como principal fornecedor, enquanto os estoques nos portos e fábricas chinesas aumentam, impulsionados pela margem de esmagamento positiva.
Previsões para os próximos meses
Com a sazonalidade indicando um aumento nos estoques chineses, espera-se que o processamento de soja siga em alta, com volumes elevados de importação no primeiro semestre. A China deve buscar ao máximo a soja brasileira para reduzir sua dependência da soja americana na segunda metade do ano. O relatório do USDA manteve as estimativas de produção do Brasil e Argentina em 169 milhões de toneladas e 49 milhões de toneladas, respectivamente, e aumentou o consumo doméstico brasileiro para 61,1 milhões de toneladas, com previsão de aumento no esmagamento de 57 milhões de toneladas.
Cenário de vendas e expectativas para maio
A combinação de alta nos prêmios e no dólar tem incentivado as vendas de soja, com produtores se antecipando a compromissos financeiros. A expectativa é que, em maio, as vendas avancem consideravelmente, com uma nova rodada de vencimento de contas e bom desempenho da safrinha de milho. A necessidade de liquidez devido ao crédito restrito e juros elevados também deve impulsionar o ritmo das vendas de soja no mercado doméstico.
Fonte: portaldoagronegocio