O Índice de Preços ao Produtor (IPP) registrou em julho seu maior aumento em mais de dois anos, refletindo um movimento generalizado de alta nos preços da maioria dos setores industriais, com destaque para o impacto significativo dos combustíveis. De acordo com dados divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPP, que mede os preços na “porta da fábrica”, sem incluir impostos e frete, acelerou para 1,58% em julho, marcando a sexta alta consecutiva. Esse resultado representa o maior avanço desde maio de 2022, quando o índice subiu 1,81%, e sucede o aumento de 1,26% registrado em junho.
No acumulado do ano, o IPP já apresenta uma elevação de 4,18%, enquanto nos últimos 12 meses o índice acumula uma alta de 6,63%. Entre as 24 atividades industriais analisadas, 21 registraram aumento nos preços em julho. Os setores com as maiores altas foram metalurgia (4,47%), papel e celulose (3,79%), indústrias extrativas (3,48%) e refino de petróleo e biocombustíveis (2,83%).
Os combustíveis desempenharam um papel crucial na elevação do índice, contribuindo com 0,29 ponto percentual do aumento. “A alta foi impulsionada principalmente pelo aumento nos preços da gasolina, que refletiram a valorização do petróleo no mercado internacional, e pelo aumento do álcool, que teve sua demanda intensificada em julho”, explicou Murilo Alvim, analista do IPP no IBGE.
Além disso, as elevações nos preços do petróleo e do minério de ferro em julho também influenciaram os resultados do setor extrativo, que registrou um crescimento de 3,48%, intensificado pela depreciação do câmbio durante o mês.
Entre as grandes categorias econômicas, os preços dos bens de capital subiram 1,28%, os bens intermediários avançaram 1,93%, e os bens de consumo tiveram um aumento de 1,12%.
Fonte: portaldoagronegocio