Recente análise da Pecege Consultoria e Projetos revela que o setor sucroenergético brasileiro intensificou suas compras de fertilizantes no primeiro trimestre de 2024, atingindo 22% do volume total negociado no ano anterior, comparado a apenas 12% no mesmo período de 2023.
O movimento foi motivado por dois principais fatores: a expectativa de uma safra com menor rentabilidade e as oscilações positivas nos preços dos nutrientes, que geraram apreensão entre os compradores. Esses elementos combinados reduziram o poder de compra dos produtores, levando-os a garantir um maior volume de fertilizantes antecipadamente para evitar perdas futuras.
Os estados de Mato Grosso do Sul e Paraná destacaram-se pela maior diferença nas compras entre os períodos analisados, alcançando 39% do volume total de 2023 no primeiro trimestre de 2024, em contraste com 17% no mesmo período do ano anterior. São Paulo, principal região produtora de cana-de-açúcar, também registrou um aumento significativo nas compras no primeiro trimestre de 2024, com um acréscimo de 4 pontos percentuais em relação ao ano passado.
Gabriel Casarotti, analista de Insumos do Pecege, ressalta que o mercado de insumos agrícolas no Brasil tem experimentado distintas dinâmicas nos últimos anos. Após alcançar picos históricos de preços entre 2021 e 2022, os valores de defensivos e fertilizantes retornaram aos níveis pré-pandemia a partir de 2023. Esse cenário provocou mudanças significativas nas estratégias de compra dos consumidores, que antes optavam por antecipações e aumento de estoques, mas passaram a ajustar contratos à medida que os preços de mercado declinavam.
Em relação aos defensivos químicos, as aquisições de herbicidas e fungicidas no primeiro trimestre de 2024 apresentaram um leve aumento de 2 pontos percentuais em comparação ao mesmo período de 2023. Por outro lado, as compras de inseticidas diminuíram 4 pontos percentuais neste ano, refletindo ajustes nas estratégias de compra dos produtores.
O movimento de redução de contratos e estoques observado inicialmente para a safra 2023/24 se reverteu no primeiro trimestre de 2024, especialmente no setor sucroenergético. Já o setor graneleiro ainda enfrenta desafios, com atrasos nas compras de insumos devido aos baixos preços de soja e milho nos últimos meses.
Fonte: portaldoagronegocio