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Agronegócio

Safra recorde de trigo na Argentina impulsiona importações brasileiras

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Gui Benck

Preços Sofrem Queda no Brasil e no Mercado Internacional

Em dezembro, o mercado brasileiro de trigo foi marcado por quedas expressivas nos preços, influenciadas pelo avanço da colheita no Paraná (PR) e no Rio Grande do Sul (RS), que resultou em maior oferta. No PR, o cereal foi comercializado a R$ 72,82/saca, uma redução de 5,4% em relação a novembro. No RS, o preço caiu 4,2%, fechando o mês em R$ 65,55/saca na região de Passo Fundo.

No cenário internacional, os preços do trigo negociados na Bolsa de Chicago recuaram 2,2% em dezembro, com a média de USD 539,4 por bushel. A valorização do dólar impactou negativamente as exportações dos EUA, tornando o trigo norte-americano menos competitivo frente a outras origens. Na comparação anual, o preço médio em 2024 foi 11,3% menor que em 2023.

Produção Argentina em Alta e Perspectivas de Importação para o Brasil

Na Argentina, o clima seco favoreceu uma colheita acelerada e produtiva, com 94,7% da área plantada já colhida até o final do ano. As estimativas de produção variam entre 18,6 milhões e 19,3 milhões de toneladas, segundo as bolsas de Buenos Aires e Rosário, respectivamente. Caso essas projeções se confirmem, será o terceiro maior volume da história argentina, superando as expectativas do USDA de 17,5 milhões de toneladas.

Os preços argentinos também registraram queda, encerrando o ano a USD 228,25/t (FOB Bahia Blanca), 2,5% abaixo de novembro, o que contribuiu para a redução nos preços de importação no Brasil.

As importações brasileiras de trigo atingiram 6,6 milhões de toneladas em 2024, maior volume dos últimos cinco anos. Desse total, 60% vieram da Argentina, que dispõe de um saldo exportável estimado em 12 milhões de toneladas, 70% acima do ano anterior.

Impactos no Mercado Global e Perspectivas para 2024/25

Apesar do corte de 1,8 milhão de toneladas na projeção de produção global pelo USDA, devido a quedas de produtividade na União Europeia, a safra 2024/25 deve alcançar um recorde de 792,9 milhões de toneladas. No entanto, os estoques finais devem sofrer redução de 4%, diminuindo a relação estoque/consumo de 33% para 32%.

Indústria Brasileira Apresenta Margens Positivas

No Brasil, os derivados do trigo registraram alta de preços em quase todas as regiões em dezembro, impulsionados pela valorização do farelo, que subiu 10,6% no período, alcançando R$ 905/t no Paraná. Esse cenário resultou em uma margem de contribuição de 50%, o maior índice do ano e 16% acima de dezembro de 2023.

A combinação entre uma demanda firme, menor produção nacional e preços competitivos das importações contribui para o fortalecimento das margens da indústria e a sustentação do mercado brasileiro em 2024.

Fonte: portaldoagronegocio

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