Agronegócio

Previsão do IBGE aponta safra recorde de 299,6 milhões de toneladas para 2024

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Em abril, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas estimada para 2024 deve totalizar 299,6 milhões de toneladas, 5,0% menor que a obtida em 2023 (315,4 milhões de toneladas), com redução de 15,8 milhões de toneladas; e 0,4% acima da informada em março, com acréscimo de 1,2 milhão de toneladas.

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A área a ser colhida é de 77,9 milhões de hectares, o que representa estabilidade (0,0%) frente à área colhida em 2023, com crescimento de 9,4 mil hectares, e aumento de 0,2% (134,9 mil hectares) em relação a março.

O arroz, o milho e a soja, os três principais produtos, somados, representam 91,6% da estimativa da produção e respondem por 87,0% da área a ser colhida. Frente a 2023, houve acréscimos de 10,9% na área a ser colhida do algodão herbáceo (em caroço), de 4,6% na do arroz em casca, de 5,9% na do feijão e de 2,5% na da soja, ocorrendo declínios de 5,5% na área do milho (reduções de 8,0% no milho 1ª safra e de 4,8% no milho 2ª safra), de 7,5% na do trigo e de 4,3% na do sorgo.

Em relação à produção, houve acréscimos de 7,7% para o algodão herbáceo (em caroço), de 2,0% para o arroz, de 11,1% para o feijão e de 27,0% para o trigo, e decréscimos de 2,4% para a soja, de 6,8% para o sorgo e de 11,7% para o milho (reduções de 13,5% no milho de 1ª safra e de 11,2% no milho de 2ª safra).

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A estimativa de abril para a soja foi de 148,3 milhões de toneladas. Quanto ao milho, a estimativa foi de 115,8 milhões de toneladas (24,0 milhões de toneladas de milho na 1ª safra e 91,8 milhões de toneladas de milho na 2ª safra). A produção do arroz foi estimada em 10,5 milhões de toneladas; a do trigo em 9,8 milhões de toneladas; a do algodão herbáceo (em caroço) em 8,3 milhões de toneladas; e a do sorgo, em 4,0 milhões de toneladas.

A estimativa da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou variação anual positiva para duas Grandes Regiões: a Sul (8,3%) e a Norte (7,6%). Houve variação anual negativa para as demais: a (-12,2%), a Sudeste (-10,5%) e a Nordeste (-3,1%). Quanto à variação mensal, apresentou crescimento a Nordeste (1,2%), a Norte (5,8%) e a Centro-Oeste (0,9%). enquanto as demais apresentaram declínio: a Sudeste (-1,9%) e a Sul (-0,9%).

Mato Grosso lidera como o maior produtor nacional de grãos, com participação de 28,0%, seguido pelo Paraná (13,4%), Rio Grande do Sul (13,3%), Goiás (10,6%), Mato Grosso do Sul (8,3%) e Minas Gerais (5,6%), que, somados, representaram 79,2% do total. Com relação às participações regionais, tem-se a seguinte distribuição: Centro-Oeste (47,2%), Sul (28,9%), Sudeste (9,2%), Nordeste (8,7%) e Norte (6,0%).

Destaques na estimativa de abril de 2024 em relação ao mês anterior

Em relação a março, houve aumentos nas estimativas da produção da batata 3ª safra (6,8% ou 73 719 t), do sorgo (6,6% ou 249 743 t), da batata 1ª safra (2,6% ou 44 750 t), da soja (0,9% ou 1 380 088 t), do feijão 1ª safra (0,8% ou 7 893 t), da cevada (0,6% ou 2 600 t), do tomate (0,5% ou 20 164 t), do arroz (0,3% ou 32 234 t), da aveia (0,2% ou 2 858 t), bem como declínios nas estimativas de produção do cacau (-1,1% ou -3 162 t), do trigo (-1,0% ou -101 191 t), do feijão 3ª safra (-0,8% ou -5 396 t), da batata 2ª safra (-0,7% ou -8 900 t), do milho 1ª safra (-0,4% ou -91 296 t), do milho 2ª safra (-0,3% ou -248 837 t) e do feijão 2ª safra (-0,0% ou -691 t).

Entre as Grandes Regiões, o volume da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou a seguinte distribuição: Centro-Oeste, 141,4 milhões de toneladas (47,2%); Sul, 86,4 milhões de toneladas (28,9%); Sudeste, 27,4 milhões de toneladas (9,2%); Nordeste, 26,1 milhões de toneladas (8,7%) e Norte, 18,1 milhões de toneladas (6,0%).

As principais variações absolutas positivas nas estimativas da produção, em relação ao mês anterior, ocorreram em Goiás (1 279 774 t) e no Pará (998 575 t). As variações negativas ocorreram no Paraná (-801 000), em São Paulo (-442 380 t) e em Minas Gerais (-96 291 t).

ARROZ (em casca) – A estimativa para 2024 aponta uma produção de 10,5 milhões de toneladas, acréscimo de 0,3% em relação a estimativa do mês anterior, e crescimento de 2,0% em relação ao volume produzido em 2023. Esse aumento deve-se, principalmente, à área plantada, que cresceu 3,7%, enquanto o rendimento médio teve uma retração de 2,5%. É importante ressaltar o aumento das áreas de arroz, pois ao longo dos últimos anos ocorreu uma redução dessas lavouras, em função, principalmente, da substituição por outras mais rentáveis, como a soja.

No Rio Grande do Sul, que responde por mais de 70% da produção nacional, as condições climáticas neste ano não favoreceram o cultivo, apresentando queda na produtividade por conta do excesso de chuvas nos primeiros meses de implantação da cultura, assim como um maior período de nebulosidade, comprometendo diretamente o desempenho da cultura a campo. A produção rio-grandense deve atingir 7,4 milhões de toneladas, aumento de 4,3% em relação a 2023, em decorrência do aumento de 8,1% na área colhida, uma vez que a produtividade, de 8 269 kg/ha, apresentou uma redução de 3,6% frente à safra anterior.

BATATA-INGLESA – A batata é cultivada em três épocas distintas no Brasil: verão (1ª safra), outono (2ª safra) e inverno (3ª safra), com as lavouras exigindo clima adequado, boa disponibilidade de água durante o ciclo produtivo e rigoroso controle de pragas e doenças. A produção, considerando-se as três safras do produto, deve alcançar 4,3 milhões de toneladas, aumento de 2,6% em relação à estimativa de março, com destaque para São Paulo que elevou sua estimativa de produção em 15,0% em relação ao mês anterior, devendo produzir 999,5 mil toneladas em 2024, o que representa uma participação de 23,3% em relação à safra brasileira do tubérculo. Em relação a 2023, a produção brasileira de batata deve crescer 0,9%.

A 1ª safra deve contribuir com 41,6% do total de batata a ser produzido no ano. A produção estimada foi de 1,8 milhão de toneladas, aumento de 2,6% em relação à estimativa de março. A 2ª safra, que representa 31,6% da produção total, foi estimada em 1,4 milhão de toneladas, 0,7% menor que a estimativa de março. Para a 3ª safra, a estimativa de produção foi de 1,2 milhão de toneladas, crescimento de 6,8% em relação ao mês anterior.

CACAU (amêndoa) – A estimativa para a produção brasileira de cacau foi de 294,2 mil toneladas, declínio de 1,1% em relação ao mês anterior, e crescimento de 1,2% em relação a 2023. O Pará revisou suas estimativas em abril, informando declínios de 2,1% na produção e de 3,4% no rendimento médio, enquanto a área cresceu 1,4%. O Estado é o maior produtor de cacau do País, devendo contribuir com 50,7% da produção nacional em 2024. A produção deve alcançar 149,3 mil toneladas, enquanto a área a ser colhida, deve chegar a 158,5 mil hectares, e a produtividade, 942 kg/ha, sendo a maior do País. Na Bahia, segundo maior produtor de cacau do País, devendo participar com 41,9% da produção nacional, a produção deve alcançar 123,3 mil toneladas, crescimento de 2,7% em relação a 2023.

CEREAIS DE INVERNO (em grão) – Os principais cereais de inverno produzidos no Brasil são o trigo, a aveia branca e a cevada. Com relação ao trigo (em grão), a produção deve alcançar 9,8 milhões de toneladas, declínio de 1,0% em relação à estimativa de março, e crescimento de 27,0% em relação a 2023, quando o Brasil, apesar de inicialmente aguardar uma safra recorde do cereal, teve sua expectativa frustrada em decorrência de uma série de problemas climáticos, o que prejudicou as lavouras na Região Sul.

A produção da aveia (em grão) foi estimada em 1,2 milhão de toneladas, aumentos de 0,2% em relação a março e de 35,8% em relação a 2023. O rendimento médio apresentou declínio de 0,1% em relação ao mês anterior e de 32,6% em relação a 2023 quando o clima adverso prejudicou as lavouras de aveia na Região Sul do País. Os maiores produtores do cereal são o Rio Grande do Sul, com 849,9 mil toneladas, aumento de 45,6% em relação ao volume colhido em 2023; e Paraná, com 300,1 mil toneladas, aumentos de 0,4% em relação a março e de 21,4% em relação a 2023. A produção de Santa Catarina foi estimada em 33,5 mil toneladas, crescimento de 5,4% em relação ao ano anterior. A Região Sul deve contribuir com 97,5% da produção brasileira de aveia em 2024.

Para a cevada (em grão), a produção estimada foi de 465,3 mil toneladas, aumentos de 0,6% em relação a março e de 22,6% em relação ao ano anterior. O rendimento médio apresenta crescimento de 41,8% em relação a 2023, quando o clima adverso prejudicou as lavouras de aveia na Região Sul do País. Os maiores produtores de cevada são o Paraná, com 331,4 mil toneladas, aumentos de 0,8% em relação ao mês anterior e de 19,3% em relação a 2023; e Rio Grande do Sul, com 110,5 mil toneladas, aumento de 39,7% em relação ao que foi produzido em 2023. Esses estados devem ser responsáveis por 95,0% da produção brasileira de cevada em 2024.

FEIJÃO (em grão) – A estimativa da produção de feijão para 2024, considerando-se as três safras, deve alcançar 3,3 milhões de toneladas, crescimentos de 0,1% em relação ao mês anterior e de 11,1% em relação a 2023. Essa produção deve atender ao consumo interno brasileiro, em 2024, possivelmente não havendo necessidade da importação do produto.

A produção da 1ª safra de feijão foi de 1,0 milhão de toneladas, aumento de 0,8% frente à estimativa de março; o rendimento médio esperado foi 3,3% maior, enquanto a área a ser colhida declinou 2,4%. Destaques positivos para o Ceará, que aguarda um crescimento de 24,3% na produção, devido à reavaliação positiva no rendimento médio, de 22,9% e na área colhida, de 0,9%; para o Paraná, que informou um crescimento mensal de 1,7%; e para Pernambuco, que informou um crescimento de 38,8% na produção, resultado do aumento de 52,6% no rendimento médio, embora houvesse declínio de 9,2% na área colhida. Os declínios na produção foram verificados na Bahia (-14,8%), em Minas Gerais (-1,5%) e em São Paulo (-5,7%).

A 2ª safra de feijão foi estimada em 1,6 milhão de toneladas, praticamente estável em relação a março, com declínio de 691 toneladas (-0,0%). Os declínios da produção foram informados pelo Pará (-3,9%), Maranhão (-0,3%), Pernambuco (-20,8%) e Paraná (-0,4%). Os aumentos da produção foram informados pelo Ceará (3,0%), pela Paraíba (12,0%), por Alagoas (16,0%), por Minas Gerais (4,7%), por São Paulo (3,4%) e por Goiás (0,5%). Na presente safra, o Paraná deve se consolidar como grande produtor de feijão durante a 2ª safra, participando com quase metade da produção esperada (49,8%). A produção paranaense deve alcançar 774,0 mil toneladas na safra corrente.

Com relação à 3ª safra de feijão, a estimativa de produção foi de 711,6 mil toneladas, declínio de 0,8% frente à estimativa de março, com a área a ser colhida reduzindo-se em 0,8%. Houve declínio de 3,6% na estimativa da produção de São Paulo em relação a março, tendo a área plantada retraído em 4,2% e o rendimento médio aumentado em 0,6%.

MILHO (em grão) – A estimativa para a produção do milho totalizou 115,8 milhões de toneladas, representando uma queda de 0,3% em relação ao mês anterior, em decorrência, principalmente, da redução de 0,6% no rendimento médio nacional. A área plantada e a área a ser colhida apresentou um incremento de 0,3%.

O milho 1ª safra apresentou uma estimativa de produção de 24,0 milhões de toneladas, 0,4% inferior em relação ao mês anterior, em decorrência, principalmente, de uma queda de 0,6% no rendimento médio (5 040 kg/ha). As maiores variações negativas da produção ocorreram em São Paulo (-10,7% ou -195 400 t) e na Bahia (-2,5% ou -43 170 t). Por outro lado, as estimativas de produção estão maiores no Ceará (23,6% ou 100 239 t) e em Pernambuco (75,1% ou 44 483 t). O Rio Grande do Sul é o maior produtor do milho 1ª safra, devendo participar com 20,9% no total nacional. Segundo a EMATER-ASCAR, a colheita de milho, no Rio Grande do Sul, desacelerou e atingiu 83% da área. Além da priorização da cultura da soja, o período foi caracterizado por precipitações e umidades relativas altas. Essas condições climáticas prejudicaram a obtenção do ponto de maturação de colheita nas lavouras, em diversas regiões do Estado.

A estimativa do milho 2ª safra totalizou 91,8 milhões de toneladas, representando um declínio de 0,3% em relação ao mês anterior, com o rendimento médio caindo 0,6% e a área aumentando 0,3%. As maiores reduções nas estimativas da produção em relação a março foram registradas por Minas Gerais (-6,1% ou -180 302 t) e Paraná (-4,9% ou – 690 000 t), enquanto os maiores aumentos foram informados pelo Pará (35,9% ou 408 483 t), Pernambuco (28,2% ou 12 608 t), Alagoas (4,5% ou 5 693 t), São Paulo (1,5% ou 38 029 t) e Goiás (1,3% ou 155 572 t). O Mato Grosso é o maior produtor do milho 2ª safra, com participação de 44,9% no total nacional, com uma estimativa de produção de 41,2 milhões de toneladas.

SOJA (em grão) – Influenciada, principalmente, pelos reajustes mensais efetuados em Goiás e no Pará, a estimativa de produção nacional foi revista em 0,9%, percentual que representa um incremento de quase 1,4 milhão de toneladas. Com isso, a produção brasileira deve alcançar 148,3 milhões de toneladas, o que ainda representa um decréscimo anual de 2,4% em comparação à quantidade produzida no ano anterior, mas que, ainda assim, deve representar quase a metade do total de cereais, leguminosas e oleaginosas produzidos no País em 2024. Os produtores ampliaram as áreas de cultivo no País em 2,6% no ano, e devem totalizar 45,4 milhões de hectares plantados. Contudo, os efeitos causados pelo fenômeno climático El Nino, caracterizado pelo excesso de chuvas nos estados da Região Sul e a falta de chuvas regulares, combinada com o registro de elevadas temperaturas no Centro-Norte do País, trouxeram, como consequência, uma limitação no potencial produtivo da leguminosa em boa parte das Unidades da Federação produtoras, justificando a queda de 4,8% no rendimento médio nacional em relação safra anterior, totalizando 3 271 kg/ha.

SORGO (em grão) – A estimativa de abril para a produção do sorgo foi de 4,0 milhões de toneladas, aumento de 6,6% com relação ao obtido em março e redução de 6,8% em relação ao obtido na safra 2023. O rendimento médio nacional foi de 3.173 quilos por hectare, sendo o maior nível o registrado no Distrito Federal (4 200 kg/ha).

No comparativo com março, o aumento de produção foi acompanhado pela expansão do rendimento médio (6,4%) e de áreas (0,2%). A produção aumentou 0,8% no Nordeste e a área cresceu 1,1%, mesmo tendo um rendimento menor (-0,3%), alavancadas pelo bom desempenho de Pernambuco. No Sudeste, a produção e a área apresentaram crescimentos, enquanto o rendimento médio manteve-se estável. No Centro-Oeste, houve 13,1% de aumento da produção, influenciado pelo ganho no rendimento médio, uma vez que a área teve 0,2% de redução, observada em Goiás. Este Estado tem obtido ganhos de produtividade no cultivo do sorgo, aumentando a produção em 19,3% com relação ao mês imediatamente anterior. Não houve reavaliações das variáveis nas Regiões Norte e Sul.

TOMATE – A quantidade produzida foi estimada em 4,2 milhões de toneladas, aumento de 0,5% em relação a março, sendo justificado pelo incremento de área (0,4%) e do rendimento médio (0,1%). Em relação a 2023, houve crescimento de 6,3% na produção, em razão, principalmente, ao aumento do rendimento, de 5,9%, que alcançou 74 374 kg/ha.

A produção nordestina foi destaque em abril, já que cresceu 2,1% em relação ao mês anterior, alcançando 472,2 mil toneladas. No Ceará, a estimativa da produção foi de 192,9 mil toneladas, aumento de 1,4%, havendo um crescimento da 1,1% na área a ser colhida, enquanto em Pernambuco, que deve produzir 51,6 mil toneladas no corrente ano agrícola, apresentou um crescimento de 17,7%, justificado pelos aumentos de 10,5% na área plantada e de 6,5% no rendimento médio.

O maior produtor brasileiro de tomates é Goiás, com uma estimativa de 1,3 milhão de toneladas, seguido de São Paulo, com 1,0 milhão de toneladas, devendo, essas Unidades da Federação responderem por 56,4% da produção nacional em 2024. Minas Gerais vem em sequência com uma estimativa de produção de 531,2 mil toneladas. Outros estados importantes na produção de tomates são: Paraná, com 251,8 mil toneladas; Ceará, com 192,9 mil toneladas; Bahia, com 182,3 mil toneladas; Espírito Santo, com 147,4 mil toneladas; Rio de Janeiro, com 147,3 mil toneladas; Santa Catarina, com 127,8 mil toneladas e Rio Grande do Sul, com 91,9 mil toneladas.

Fonte: portaldoagronegocio

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