O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima que a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas em 2024 deverá atingir 298 milhões de toneladas, o que representa uma queda de 5,5% em relação ao total colhido em 2023, que foi de 315,4 milhões de toneladas. Essa redução de 17,4 milhões de toneladas reflete uma diminuição na produção de grãos em comparação ao ano anterior. No entanto, em relação ao mês de junho de 2024, houve um pequeno aumento de 0,7%, o que corresponde a um acréscimo de 2,2 milhões de toneladas.
A área destinada à colheita está projetada para 78,6 milhões de hectares, um crescimento de 0,9% em relação a 2023, equivalente a um acréscimo de 727,2 mil hectares. Comparando-se com junho de 2024, a área aumentou 0,3%, ou seja, 264.488 hectares adicionais.
Os principais produtos deste grupo, que juntos representam 91,7% da produção estimada e 87,3% da área a ser colhida, são o arroz, o milho e a soja. Para 2024, a área plantada de algodão herbáceo, arroz, feijão e soja apresenta aumento, enquanto o milho, o trigo e o sorgo registram declínio na área cultivada. No que diz respeito à produção, o algodão herbáceo deve crescer 10,8%, o arroz 1,9%, o feijão 7,1% e o trigo 22,7%. Em contrapartida, espera-se uma redução na produção da soja (4,3%), milho (10,3%) e sorgo (10,9%).
A produção de soja, o maior destaque, está estimada em 145,4 milhões de toneladas. Já o milho deve alcançar 117,6 milhões de toneladas, distribuídas entre a primeira safra (23,4 milhões de toneladas) e a segunda safra (94,2 milhões de toneladas). O arroz tem uma previsão de 10,5 milhões de toneladas, o trigo de 9,5 milhões de toneladas, o algodão herbáceo de 8,6 milhões de toneladas e o sorgo de 3,8 milhões de toneladas.
A distribuição da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas entre as regiões brasileiras revela que o Centro-Oeste lidera com 48,5% do total, seguido pelo Sul (27,3%), Sudeste (9,1%), Nordeste (8,7%) e Norte (6,4%). Em termos de variação anual, a região Sul e Norte registram crescimento, enquanto as demais apresentam redução. Em comparação ao mês anterior, o Centro-Oeste, Norte e Sudeste tiveram aumento na produção, enquanto as regiões Nordeste e Sul apresentaram declínio.
O estado de Mato Grosso mantém sua posição de maior produtor de grãos do país, com 30,6% da produção nacional, seguido por Paraná (13,2%), Rio Grande do Sul (11,9%), Goiás (10,5%), Mato Grosso do Sul (7,1%) e Minas Gerais (5,6%). Esses estados, juntos, somam 78,9% da produção nacional de grãos.
Destaques e variações de produção em julho
Em julho de 2024, comparado ao mês anterior, houve aumento nas estimativas de produção de diversos produtos, como castanha-de-caju (8,9%), milho 2ª safra (4,5%), uva (3,3%), cevada (3,1%), feijão 3ª safra (1,3%) e algodão herbáceo (0,9%). Por outro lado, houve quedas nas estimativas de feijão 1ª safra (-3,7%), feijão 2ª safra (-2,0%), laranja (-1,5%), café canephora (-1,0%), soja (-1,0%), trigo (-0,8%) e milho 1ª safra (-0,8%).
As variações mais significativas em termos absolutos na produção ocorreram nos estados de Mato Grosso, com um aumento de 4,5 milhões de toneladas, e no Rio Grande do Sul, que teve uma queda de 2,2 milhões de toneladas. Outros estados como Roraima, Tocantins, Sergipe e Minas Gerais também registraram variações positivas, enquanto Mato Grosso do Sul, Paraná e Paraíba tiveram reduções na produção.
Perspectivas para produtos específicos
- Algodão herbáceo: A produção estimada para 2024 é de 8,6 milhões de toneladas, um aumento de 0,9% em relação ao mês anterior e de 10,8% em comparação a 2023. Apesar desse crescimento, a produtividade das lavouras deve cair 2,1%.
- Arroz: A produção prevista é de 10,5 milhões de toneladas, com uma queda de 2,1% em relação a junho de 2024, mas um aumento de 1,9% em relação a 2023. A expansão da área colhida é o principal fator para esse crescimento, mesmo com a redução de 2,9% no rendimento médio.
- Café: A produção total de café no Brasil, somando as variedades arábica e canephora, está estimada em 3,6 milhões de toneladas, um decréscimo de 0,3% em relação a junho. Em comparação a 2023, a produção cresceu 6,6%, impulsionada por um aumento no rendimento médio e na área colhida.
- Castanha-de-caju: A produção deve alcançar 145,3 mil toneladas, com aumentos de 24,4% em comparação a 2023 e de 8,9% em relação ao mês anterior, graças ao aumento da área plantada e à melhoria na produtividade.
- Cereais de inverno: O trigo deve atingir 9,5 milhões de toneladas, um crescimento de 22,7% em comparação a 2023. A produção de aveia também deve aumentar, alcançando 1,2 milhão de toneladas, enquanto a cevada deve atingir 481,9 mil toneladas, com um crescimento expressivo em relação ao ano anterior.
- Feijão: A produção total de feijão, somando as três safras, deve atingir 3,2 milhões de toneladas, uma redução de 1,7% em relação ao mês anterior, mas um aumento de 7,1% em comparação a 2023.
Fonte: portaldoagronegocio