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Agronegócio

Ondas de Calor Extremo no Agronegócio Brasileiro: Desafios e Soluções

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O ano de 2024 tem sido repleto de preocupações para o agronegócio brasileiro, com previsões meteorológicas que indicam a continuidade de um cenário alarmante. Sob a influência do fenômeno El Niño, o país deve enfrentar picos de calor extremo, associados ao aumento das temperaturas médias globais e a efeitos climáticos adversos, como a intensificação das ondas de calor e a redução significativa das chuvas em várias regiões. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), a temperatura média em diversas áreas do Brasil pode aumentar até 1,5°C acima do normal no último trimestre do ano.

Esse quadro climático gera sérias preocupações e impactos diretos para o setor, afetando o desempenho das plantas e, consequentemente, a produtividade e rentabilidade das culturas. O engenheiro agrônomo Renato Menezes, gerente de marketing técnico da Agroallianz, explica que as altas temperaturas podem provocar o superaquecimento do tecido vegetal, mesmo que as plantas recebam a quantidade adequada de água durante seu ciclo produtivo. “Esse estresse térmico prejudica tanto o crescimento e desenvolvimento quanto a capacidade produtiva, afetando a qualidade e a produtividade das culturas”, esclarece o especialista.

Essas alterações climáticas já eram previstas há anos. Pesquisas de David Lobell e Sharon Gourdj, realizadas em 2011, apontam que um aumento de 1°C nas temperaturas médias pode reduzir em até 10% o rendimento das principais culturas agrícolas, como milho, soja e trigo.

Impactos Diretos nas Lavouras

Especialistas estimam que, caso as mudanças climáticas continuem nesse ritmo, o Brasil poderá perder até 11% de sua produção agrícola até 2050. Segundo Menezes, o estresse térmico danifica as membranas celulares das plantas e reduz seu potencial fotossintético, impactando diretamente a produção. “Na cana-de-açúcar, por exemplo, isso se traduz em menor acúmulo de açúcares no colmo, resultando em redução de rendimento no pós-processamento”, afirma o especialista. Projeções do Laboratório Nacional de Biorrenováveis do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) indicam que as mudanças climáticas poderão causar uma queda de até 20% na produção dessa cultura nos próximos dez anos.

Nos grãos, como soja e milho, o calor excessivo interfere na fecundação das flores e na formação dos grãos, reduzindo significativamente o potencial produtivo. “Em culturas frutíferas, a situação é igualmente alarmante. O calor intenso compromete a produtividade, a resistência ao transporte, encurta o tempo de prateleira e altera o sabor dos frutos, não atendendo às exigências do mercado”, revela o profissional da Agroallianz. Em 2023, as perdas na produção de uvas e maçãs no Sul do Brasil, devido a temperaturas extremas, foram de aproximadamente 20%, conforme a Associação Brasileira de Produtores de Frutas (Abrafrutas).

Aumento da Vulnerabilidade a Pragas e Doenças

Além dos impactos diretos na produtividade, as altas temperaturas aumentam a vulnerabilidade das plantas a pragas e doenças. “O estresse térmico induz a produção de compostos que atraem insetos e torna as plantas mais suscetíveis a doenças, elevando os custos de manejo para controlar esses fatores limitantes da produtividade”, destaca Menezes. Segundo a Embrapa, o aumento das pragas devido ao estresse térmico pode acarretar um acréscimo de 15% nos custos de produção.

Os impactos econômicos são igualmente preocupantes. De acordo com o Banco Mundial, a América Latina pode perder até US$ 100 bilhões por ano até 2050 devido às consequências das mudanças climáticas, afetando diretamente o agronegócio, que representa cerca de 27% do PIB brasileiro. Isso significa que qualquer redução na produtividade pode ter repercussões severas na economia. Regiões como o Cerrado e o Sul, que dependem fortemente da agricultura, estão entre as mais vulneráveis a esses impactos.

Além disso, há o risco de redução no volume de exportações agrícolas, comprometendo a competitividade do Brasil no mercado global. Diante de tantos desafios, é urgente encontrar formas de amenizar esses efeitos.

Tecnologias ao Alcance do Produtor

Diante desse cenário adverso, é crucial que sejam adotadas tecnologias que ajudem as plantas a suportar as altas temperaturas e a preservar seu potencial produtivo. A Agroallianz, por exemplo, oferece soluções inovadoras, como Osmobetan e Amino 75, desenvolvidas para promover a termorregulação e a termoproteção das culturas. “Essas tecnologias ajudam as plantas a manter sua eficiência fisiológica, mesmo sob condições de calor extremo, garantindo maior tolerância e, consequentemente, produtividade”, afirma o especialista. Com os desafios impostos pelas ondas de calor extremo, proteger a produção agrícola torna-se essencial para garantir a rentabilidade das safras.

Fonte: portaldoagronegocio

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