As recentes inundações que devastaram o Rio Grande do Sul forçaram a Safras & Mercado a revisar significativamente para baixo a estimativa de produção de soja no estado. Desde o último levantamento, realizado em 12 de abril, a previsão foi reduzida em 2,8 milhões de toneladas, passando de um recorde projetado de 22,799 milhões de toneladas para 20 milhões de toneladas.
“O destaque da atualização de junho é a importante redução da produtividade média e da produção esperada para o Rio Grande do Sul, devido ao evento climático que atingiu a maior parte do estado entre o fim de abril e meados de maio”, explica Luiz Fernando Gutierrez Roque, analista e consultor da Safras & Mercado. As chuvas intensas não apenas reduziram significativamente a produtividade das lavouras ainda não colhidas, mas também causaram perdas em silos e armazéns que armazenavam soja.
Essa diminuição na produção gaúcha impacta diretamente a produção nacional, uma vez que o Rio Grande do Sul, mesmo com as perdas, ainda terá a segunda maior safra estadual do país nesta temporada. Paralelamente à redução no estado, ajustes positivos em outros importantes estados produtores ajudaram a compensar parte do impacto negativo na produção nacional.
Esses ajustes ocorreram em diversas regiões do país, com destaque para o aumento da produção esperada no Mato Grosso, o maior estado produtor de soja do Brasil. “Isto resultou em recuperações das produtividades médias esperadas para alguns estados”, destaca o analista. “A safra brasileira de 2023/24 agora é estimada em 149,705 milhões de toneladas, a segunda maior safra da história do país”, enfatiza. Em abril, a expectativa era de 151,246 milhões de toneladas.
Movimentação no Mercado Brasileiro
Na quinta-feira (6), o mercado brasileiro de soja foi mais movimentado, refletindo a alta na Bolsa de Mercadorias de Chicago. Notícias sobre regras mais rígidas para créditos fiscais no Brasil geraram expectativas de que as exportações dos Estados Unidos poderiam se beneficiar, resultando em grandes movimentações na comercialização, especialmente nos portos. Segundo a Safras Consultoria, compradores estão apresentando ofertas firmes para o grão, com pagamentos mais rápidos, atraindo a atenção dos produtores.
Esta combinação de fatores destaca a resiliência do mercado de soja brasileiro, mesmo frente a desafios climáticos significativos, e aponta para uma dinâmica de mercado que se ajusta rapidamente às condições externas e internas.
Fonte: portaldoagronegocio