O mercado de milho encerrou 2024 com resultados mistos e projeções importantes para 2025. Segundo um relatório da Consultoria Agro do Itaú BBA, a relação de preços na Bolsa de Chicago (CBOT) indica um possível aumento na área de plantio do grão nos Estados Unidos.
Desempenho do Milho em 2024
Na CBOT, os preços do milho tiveram alta em dezembro, encerrando o ano com uma valorização de 3,7%, atingindo uma média de USD 4,39/bushel. O avanço foi impulsionado pelo ritmo robusto das exportações dos EUA e pela recuperação dos preços do petróleo, que reforçou a competitividade do etanol produzido a partir do milho. Além disso, a falta de umidade em algumas regiões da Argentina trouxe suporte adicional às cotações.
Apesar do desempenho positivo no último trimestre, a média anual apresentou queda de 25% em relação a 2023. No Brasil, o mercado interno teve comportamento variado. Em Campinas (SP), o preço médio do milho caiu 1,2% em dezembro, fechando a R$ 72,89/saca, enquanto em Sorriso (MT), houve uma alta de 5,4%, para R$ 60,77/saca. No acumulado de 2024, Campinas registrou apenas 4% de desvalorização em comparação ao ano anterior.
Exportações e Produção
O Brasil enfrentou uma significativa redução nas exportações de milho em 2024, que somaram 34,9 milhões de toneladas entre fevereiro e dezembro, 30% abaixo do mesmo período do ano anterior. A projeção final para o ciclo 2023/24 é de 37 milhões de toneladas, marcando uma queda de 32% em relação ao recorde da temporada anterior.
Na Argentina, as condições climáticas continuam preocupando. A combinação de chuvas reduzidas e aumento nas temperaturas em janeiro deve ser monitorada pelo mercado, enquanto ocorrências de cigarrinhas seguem controladas.
Tendências e Projeções para 2025
Nos EUA, a relação de preços entre soja e milho será determinante para a definição da área de plantio na safra 2025/26. Atualmente, a relação está em 2,29 sacas de milho para cada saca de soja, um indicador favorável ao milho. Com a expectativa de quedas adicionais nos preços da soja devido à grande safra na América do Sul e à demanda consistente por milho, a área de plantio do grão nos EUA poderá ser ampliada.
Além disso, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) revisou para baixo as importações de milho pela China, projetando 14 milhões de toneladas para 2024/25, o menor volume desde a safra 2019/20. Por outro lado, as exportações americanas alcançaram 36 milhões de toneladas, superando em 8 milhões o mesmo período de 2023/24.
Com limitações na oferta brasileira e ucraniana e a safra argentina ainda incerta, o milho dos EUA deve continuar desempenhando papel central no mercado global no primeiro semestre de 2025.
Fonte: portaldoagronegocio