A crescente adoção de drones no agronegócio brasileiro está transformando a maneira como os agricultores gerenciam suas lavouras, proporcionando alta eficiência produtiva e promovendo práticas sustentáveis. Desde o monitoramento de culturas até a pulverização de defensivos agrícolas e a aplicação de adubos, essas aeronaves não tripuladas têm se mostrado fundamentais para a agricultura de precisão, facilitando atividades como estimativa de biomassa, contagem de animais e aplicação de insumos em taxa variável.
De acordo com o Sistema de Aeronaves Não Tripuladas (SISANT) da Agência Nacional de Aviação civil (ANAC), o Brasil contava com 6.200 drones até fevereiro de 2024, embora o número real possa ser maior, uma vez que as importações registradas no Sistema de Comércio Exterior (Sicomex) do Governo Federal indicam a entrada de mais de 9.500 unidades. “A aplicação aérea com drones é extremamente eficiente e produtiva, e o setor aeroagrícola está cada vez mais atento a essa ferramenta”, afirma Cláudio Júnior Oliveira, diretor operacional do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag).
A eficiência dos drones se torna ainda mais evidente quando se compara sua capacidade com as técnicas tradicionais. Equipamentos que possuem capacidade de 40 a 50 litros podem cobrir aproximadamente 45 hectares em apenas três horas, enquanto pulverizadores costais, que demandam um dia inteiro de trabalho, atingem apenas 0,9 hectare, conforme dados da EMBRAPA. Essa comparação demonstra como os drones não apenas aumentam a produtividade, mas também reduzem o contato direto dos agricultores com produtos fitossanitários.
As vantagens operacionais dos drones são consideráveis, especialmente em áreas inclinadas e de difícil acesso, onde tratores teriam dificuldade de operar. “Essas aeronaves aplicam fertilizantes e defensivos com precisão, assegurando maior cobertura e minimizando o risco de acidentes em terrenos inclinados. Em áreas planas, sua utilização evita a compactação do solo e a perda de produtos por amassamento”, explica Geferson Pianissola, coproprietário e diretor de operações da Agro Atlas Brasil, pioneira no uso de drones para a aplicação de insumos, atendendo mais de 6.151 clientes em 295 cidades do país.
No Brasil, a utilização de drones está impulsionando a agricultura de precisão, possibilitando o monitoramento em tempo real das lavouras e otimizando o uso de insumos. “Nosso modelo de aplicação por drones assegura uma pulverização sem amassamento e reduz o risco de deriva, resultando em maior eficiência produtiva”, complementa Pianissola.
Embora o mercado de drones ainda seja relativamente novo, o Sindag e o Instituto Brasileiro da Aviação Agrícola (Ibravag) têm promovido a conscientização dos operadores sobre as melhores práticas e as regulamentações pertinentes, que incluem normas do Ministério da Agricultura e atualizações recentes da ANAC, como a proposta de portaria 1187 da SDA/MAPA e a revisão do RBAC-E 94. “É essencial que agricultores e prestadores de serviços escolham empresas que cumpram rigorosamente as normas e regulamentações estabelecidas, garantindo a segurança das operações e a eficácia das aplicações, minimizando os riscos ao meio ambiente e maximizando os benefícios para a produção”, conclui Geferson.
Com os avanços tecnológicos em curso, o Brasil continua a inovar na agricultura, utilizando a tecnologia para aumentar a produtividade e reduzir os impactos ambientais, sinalizando um futuro promissor para o setor agrícola.
Fonte: portaldoagronegocio