Em meio a um cenário de demanda global enfraquecida e instabilidade política e econômica em mercados estratégicos, o algodão brasileiro encontra novas oportunidades de expansão. Esse foi o panorama compartilhado pela corretora Artigas do brasil, ao concluir, no último dia 18 de outubro, a última etapa de seu Giro do Mercado de 2024. A iniciativa envolveu visitas a importantes centros de consumo de algodão brasileiro, como Bangladesh, Paquistão, Turquia e, pela primeira vez, o Egito, que passou a importar a fibra do Brasil em 2023.
A Artigas, que realiza o monitoramento das condições do mercado global com visitas periódicas a diversos países, participa ativamente de eventos globais, incluindo a tradicional conferência da International Cotton Association (ICA) em Liverpool, Inglaterra, e se prepara para o Summit COTTON USA™ 2024, em San Diego, nos Estados Unidos.
Segundo Danny Van Namen, sócio da corretora e representante da Artigas nos mercados asiático e egípcio, a empresa se diferencia pelo relacionamento próximo com produtores e compradores globais, o que permite uma visão ampla e imparcial do setor. “Somos agentes internacionais com presença em países como Bangladesh, Paquistão, Turquia, Egito, Europa e México. Nosso diferencial está no conhecimento direto das necessidades de cada mercado e na capacidade de assessorar tanto fiações no mundo quanto agricultores no Brasil”, afirmou.
Bangladesh: Incertezas, mas Otimismo
Em Bangladesh, onde a Artigas esteve três vezes este ano, o cenário é de desafios significativos. A crise política recente levou à renúncia da Primeira-Ministra Sheikh Hasina e agravou as dificuldades econômicas locais. Apesar disso, Van Namen relatou um sentimento de otimismo com o novo governo provisório, liderado pelo Nobel da Paz Muhammad Yunus. Segundo ele, embora o sistema financeiro permaneça em dificuldades, a demanda por algodão é alta devido à baixa nos estoques das tecelagens. “As cadeias de suprimento estão esvaziadas, e a indústria bengali precisa manter as compras”, destacou.
Egito: Um Novo e Promissor Mercado para o Algodão Brasileiro
No Egito, onde o algodão brasileiro foi recentemente aprovado para importação, as perspectivas são otimistas. Durante a visita, Van Namen e a equipe da Artigas foram recebidos por empresários do setor têxtil, como o trader Mahmoud El Sayed, da DMT, com quem a Artigas mantém uma parceria exclusiva para a venda de algodão no país. O Egito, reconhecido mundialmente pela qualidade do seu algodão, precisa recorrer a importações para suprir sua demanda interna. Nos últimos anos, fiações locais, insatisfeitas com a qualidade do algodão grego, têm voltado o interesse para o produto brasileiro.
Segundo Mohamed Koudsi, da Koudsitex e KB Denim, a aprovação das importações do algodão do Brasil veio em boa hora. “Nossa empresa busca consistência em qualidade e rastreabilidade, e o algodão brasileiro parece atender perfeitamente a essas necessidades. Estimamos importar entre 2.000 e 2.500 toneladas nos próximos meses e acreditamos que a Artigas será um de nossos principais fornecedores a longo prazo”, comentou.
Liverpool: Artigas no Tradicional Evento da ICA
Encerrando a expedição de 2024, a Artigas do Brasil esteve na conferência da International Cotton Association, realizada em Liverpool. Com a presença de mais de 500 participantes, o evento é um dos mais importantes para a indústria de algodão, oferecendo uma plataforma de discussão das dinâmicas globais do mercado. Para Paulo Artigas, sócio da corretora, a conferência é essencial para o networking no setor. “Esse contato direto é vital para consolidar nossa presença e entender as tendências do mercado global, tanto em eventos quanto no dia a dia,” concluiu Artigas.
As perspectivas do setor, embora desafiadoras, continuam a oferecer oportunidades para o algodão brasileiro, que se firma como uma alternativa viável em mercados novos e já consolidados.
fonte: portaldoagronegocio