Foto:
Marcelo Camargo
Os incêndios florestais, que já contabilizaram 188.623 focos em 2024 no Brasil, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), têm causado devastação em amplas regiões do Brasil Central. Este aumento acentuado em relação aos anos anteriores não apenas afeta a vida de milhões de brasileiros, mas também impacta diretamente a qualidade e a fertilidade do solo, gerando prejuízos financeiros e ambientais significativos.
Segundo Bernado Borges, pós-doutor em agronomia, “o fogo elimina microrganismos essenciais do solo ao destruir a matéria orgânica que os sustenta e ao expor o solo a altas temperaturas.” A queima da matéria orgânica resulta na volatilização de nutrientes cruciais, como nitrogênio e enxofre, que são dispersos na atmosfera. Enquanto isso, elementos presentes nas cinzas, como fósforo, potássio, cálcio e magnésio, podem temporariamente aumentar, prejudicando a microbiota do solo, que inclui fungos e bactérias vitais para a decomposição da matéria orgânica e o ciclo de nutrientes. “A morte desses microrganismos diminui a capacidade do solo de regenerar sua fertilidade de forma natural”, completa Borges, que também é gerente técnico da BRQ Brasilquímica.
Os organismos que sobrevivem ao incêndio não são suficientes para realizar os processos essenciais de regeneração do solo. Esse desequilíbrio biológico, associado à perda de matéria orgânica, resulta em solo menos fértil, com diminuição da sua estrutura e aumento da erosão, comprometendo a produtividade agrícola.
Entretanto, existem diversas estratégias que os produtores podem implementar para recuperar áreas afetadas pelo fogo. A adubação verde, que reintroduz nutrientes e melhora a estrutura do solo por meio de plantas de cobertura, é uma das principais recomendações. Além disso, a aplicação de compostos orgânicos é crucial para restaurar a matéria orgânica perdida.
Borges sugere que a calagem é eficaz para corrigir a acidez gerada pelas cinzas e repor nutrientes, como cálcio e magnésio. A rápida revegetação com espécies nativas ajuda a prevenir a erosão e melhora a infiltração de água. O uso de microrganismos benéficos, como biofertilizantes, também é essencial para reequilibrar a microbiota do solo, acelerando a recuperação biológica e restaurando a produtividade agrícola a longo prazo.
Além dessas práticas, os agricultores devem manter a cobertura vegetal, usar aceiros, implantar faixas de proteção e adotar um manejo sustentável para reduzir a quantidade de material combustível no solo. A solução Organik, oferecida pela BRQ, é um exemplo de produto à base de leonardita, rica em matéria orgânica estável, que auxilia neste processo preventivo.
“Borges ainda recomenda o uso de QualyFix Soja Líquido 7.2, que favorece áreas queimadas onde serão cultivadas lavouras de soja, promovendo a inoculação como em áreas recém-abertas. QualyFix Gramíneas contribui para a fixação de nitrogênio e de bactérias que produzem compostos bioestimulantes, enquanto AminoSpeed fornece nutrientes e ‘alimento’ às bactérias introduzidas no solo”, finaliza o especialista. Essas técnicas de manejo são fundamentais para proteger o solo e garantir a continuidade da produção agrícola no Brasil.
Fonte: portaldoagronegocio