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Agronegócio

Brasil Comercializa 62% da Safra de Café 2024/25 e Safra 2025/26 em Apenas 10% – Tendências do Mercado Café no Brasil

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A comercialização da safra de café 2024/25 no Brasil atingiu 62% até 9 de outubro, avançando 6 pontos percentuais em relação ao mês anterior, conforme levantamento da consultoria Safras & Mercado. Embora o ritmo de vendas tenha desacelerado, o volume negociado ainda supera o registrado no mesmo período do ano anterior, quando 56% da safra havia sido comercializada. Além disso, os números superam a média dos últimos cinco anos (2019-2023), que aponta vendas de 60% da produção.

Gil Barabach, consultor da Safras & Mercado, destacou que os produtores brasileiros retomaram o ritmo de vendas de café arábica, embora tenham diminuído as negociações de robusta/conilon. “O preço elevado do arábica, impulsionado pela falta de chuvas no Brasil, atraiu mais vendedores. A liquidação de posições futuras em setembro também dinamizou os negócios. A queda na bolsa de Nova York foi suavizada pelo dólar valorizado, mantendo as cotações próximas das máximas e incentivando novas transações”, explicou Barabach. No entanto, ele observou que as vendas de robusta/conilon desaceleraram, especialmente após a queda das cotações e a retração dos vendedores.

Até o momento, as vendas de café arábica somam 58% da produção, superando o percentual do mesmo período do ano passado (52%), mas ainda ligeiramente abaixo da média dos últimos cinco anos, que é de 58%. As cooperativas desempenham um papel importante nesse avanço, particularmente no Sul de Minas, onde 68% a 70% do total recebido já foi comprometido. “Apesar da recente queda nos preços, o cenário continua favorável para os vendedores, justificando uma estratégia de escalonamento das vendas. O produtor só deverá alterar essa postura caso ocorra uma queda mais acentuada nos preços”, explicou Barabach.

Em contraste, a comercialização do café robusta/conilon perdeu fôlego, com os produtores adotando uma postura mais cautelosa diante da queda expressiva nos preços. “Com os produtores bem capitalizados e grande parte da safra já comprometida, essa postura mais conservadora se torna compreensível”, avaliou o consultor. Ele acrescentou que a demanda externa também perdeu força, contribuindo para a lentidão nas negociações. A queda no diferencial de venda de origens asiáticas tornou o café de concorrentes mais competitivo no mercado internacional, reduzindo o interesse pelo robusta/conilon brasileiro. Mesmo com a redução dos preços, o robusta/conilon ainda se mantém caro para a indústria local, afirmou Barabach.

Em relação à safra 2025/26, as vendas antecipadas no Brasil permanecem tímidas, mesmo com preços atrativos e o risco de queda com a volta das chuvas. “As incertezas sobre a produção, causadas pelo atraso na colheita e pelo prolongado período de seca e altas temperaturas, explicam a cautela dos produtores”, ressaltou Barabach. A estimativa preliminar é de que as vendas antecipadas da safra 2025/26 correspondam a cerca de 10% do potencial produtivo, com as vendas de arábica atingindo 15% da próxima safra. Contudo, essas negociações estão abaixo do percentual do mesmo período do ano passado, quando representavam 23%, e da média dos últimos três anos, que girava em torno de 20% do potencial produtivo.

Fonte: portaldoagronegocio

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