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Agronegócio

Açúcar: Preços Internacionais Sofrem com Chuvas no Brasil e Desafios Climáticos do Mundo

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O mercado de açúcar experimentou uma queda acentuada em dezembro, com os preços do contrato de março de 2025 na Bolsa de Nova York caindo 8,6%, fechando o ano a 19,26 USDc/lb. Essa redução foi causada principalmente pelos números positivos de moagem de cana e produção de açúcar no Centro-Sul do Brasil, registrados na segunda quinzena de novembro, mas divulgados apenas em dezembro pela UNICA. Em contraste, o açúcar cristal apresentou queda mais moderada de 2%, encerrando o mês a R$ 161/saca, beneficiado pela desvalorização do real.

O final da safra 2024/25 no Centro-Sul do Brasil surpreendeu o mercado com um volume de cana moída superior ao esperado. As chuvas fortes no início de novembro e uma maior disponibilidade de cana explicaram o aumento na moagem, que superou as previsões, sendo a primeira vez desde a safra 2012/13 que isso ocorreu, quando a sazonalidade era diferente. Até 15 de dezembro, foram processadas 612 milhões de toneladas de cana, com a produção de 39,7 milhões de toneladas de açúcar, superando as estimativas de mercado feitas anteriormente.

Perspectivas para a Safra 2025/26

A expectativa para a safra de 2025/26 no Centro-Sul do Brasil é de uma menor disponibilidade de cana, com uma previsão de moagem de 601 milhões de toneladas, caso as chuvas durante o verão sigam a média histórica. No entanto, o aumento da produção de cana na safra 2024/25 e as chuvas acima da média nos últimos meses podem levar a revisões positivas nas estimativas de safra para o próximo ciclo. Se as chuvas forem 10% superiores à média durante o verão, a produtividade média poderá aumentar em 3 t/ha, resultando em um incremento de 25 milhões de toneladas na disponibilidade de cana para a safra 2025/26.

Impactos do Clima no Mercado Internacional

O cenário global do açúcar ainda apresenta um leve superávit para a safra 2024/25, embora as previsões possam ser revistas dependendo das chuvas no Brasil nos próximos meses. A pressão sobre os preços internacionais continuará, principalmente devido à elevada oferta de produto no Brasil, combinada com a desvalorização do real. Além disso, a recente medida da China, que restringiu a importação de açúcar líquido e pré-mistura da Tailândia por motivos sanitários, afetou ainda mais o mercado. A restrição de exportações da Tailândia, que antes contava com isenção de impostos para a China, terá impacto no mercado global, com essas exportações precisando ser redirecionadas para outros consumidores internacionais.

Situação na Índia e Ameaças à Produção

A safra de açúcar na Índia também enfrenta desafios, com a produção até o final de dezembro 15,6% abaixo do ano anterior, totalizando 9,54 milhões de toneladas. Embora o atraso na safra não signifique uma queda de produção proporcional, os problemas climáticos e uma área plantada menor indicam que a produção será reduzida, embora não na mesma magnitude do atraso. Como resultado, a estimativa de produção de açúcar na Índia foi revisada para 29,5 milhões de toneladas, o que representa uma queda de 6,2% em relação ao ciclo passado.

No entanto, a maior preocupação no mercado internacional diz respeito à forte ingerência do governo indiano, que continua restringindo as exportações de açúcar e incentivando o uso de etanol de cana-de-açúcar na gasolina. Caso a produção indiana não atenda às expectativas, o governo poderá limitar ainda mais o uso de etanol para garantir o abastecimento interno de açúcar, o que pode amenizar o impacto da Índia sobre os preços globais do açúcar nos próximos meses.

Fonte: portaldoagronegocio

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