Em uma pesquisa inédita realizada pela Tereos em parceria com o Instituto Datafolha, foram analisadas as percepções dos brasileiros sobre mudanças climáticas e a importância do agronegócio para o enfrentamento desses desafios. O estudo, realizado no final de 2024, entrevistou 2.009 pessoas de diversas regiões do Brasil, sendo que 52% dos respondentes afirmaram ter algum tipo de vínculo direto com o setor agropecuário.
A pesquisa revelou que 38% da população acredita que o governo, tanto o executivo quanto o legislativo, deve assumir a liderança na luta contra o aquecimento global, enquanto outro 38% defende que essa responsabilidade é da sociedade em geral. No entanto, apenas 4% dos entrevistados atribuíram essa tarefa ao agronegócio, enquanto 38% ainda associam o setor à emissão significativa de gases de efeito estufa (GEE), um dos principais motores das mudanças climáticas.
Felipe Mendes, diretor de Sustentabilidade, Novos Negócios e Relações Institucionais da Tereos, destacou a importância de investir em educação e conscientização sobre práticas sustentáveis no combate ao aquecimento global. “As empresas do setor agropecuário podem desempenhar um papel crucial na mitigação dos impactos climáticos. A Tereos, por exemplo, foi a primeira produtora mundial de açúcar e amido a ter suas metas de descarbonização aprovadas pela iniciativa SBTi, uma das mais respeitadas no mundo. Nossa meta é sermos neutros em emissões de gases de efeito estufa até 2050”, afirmou Mendes.
Além disso, o estudo revelou um consenso entre os brasileiros sobre o papel do agronegócio no país. Cerca de 89% dos entrevistados acreditam que o Brasil deve ser reconhecido como um exemplo de agronegócio sustentável, equilibrando a produção com a preservação ambiental. Outras 76% das pessoas reconhecem a importância do agro para a economia local, enfatizando a necessidade de conciliar o desenvolvimento econômico com a responsabilidade ambiental.
A pesquisa também abordou a percepção dos brasileiros sobre as mudanças climáticas. Apesar do Brasil sediar a COP 2025, 34% dos entrevistados afirmaram não saber o que são as mudanças climáticas, e 7% se consideraram mal-informados sobre o tema, especialmente entre as classes D e E, com 54% de desinformação nesse grupo.
“Apesar do crescente nível de conscientização sobre mudanças climáticas, a pesquisa demonstra que ainda há um descompasso entre o discurso e a prática. Este é um momento para unirmos esforços entre o governo, a sociedade e o setor privado, transformando a preocupação em ações concretas. O conhecimento é o ponto de partida para essa transformação real e sustentável”, declarou Mendes.
Quanto às ações que os brasileiros consideram importantes para a preservação do planeta, 55% apontaram a preservação ambiental como a principal medida, seguidos de 29% que citaram o descarte correto de resíduos e lixo, e 15% que destacaram o uso consciente da água. Quando questionados sobre como as empresas podem contribuir para mitigar as mudanças climáticas, 41% mencionaram o controle do desmatamento e o incentivo ao plantio de árvores, 35% defenderam investimentos em energias renováveis, e 34% sugeriram a redução do uso de combustíveis fósseis.
A pesquisa também destacou a percepção dos brasileiros sobre o etanol, que foi reconhecido como um combustível limpo por 51% dos entrevistados. No entanto, mais de 20% ainda citaram a gasolina (14%) e o diesel (8%) como exemplos de combustíveis limpos, revelando a necessidade de maior disseminação de informações sobre o tema.
Fonte: portaldoagronegocio