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Agronegócio

Caravana ILPF chega ao Maranhão e ao Piauí

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Caravana ILPF chega ao Maranhão e ao Piauí

A caravana passou pelos municípios de Santa Inês (MA), Itapecuru Mirim (MA), Chapadinha (MA), Anapurus (MA), Piracuruca (PI) e Teresina (PI), onde foram abordados os principais aspectos da tecnologia, de acordo com as características e potenciais de cada local. A passagem da Caravana ILPF prevê dias de campo, palestras, oficinas, visitas institucionais e técnicas a produtores rurais, cooperativas, universidades, centros de pesquisa e diversos segmentos do agronegócio públicos e privados.

Para Marco Bomfim, chefe da Embrapa Cocais, a ILPF é uma tecnologia de produção que embarca o que a Embrapa tem de mais robusto para atender a demanda crescente de produção de alimentos com menos impacto ambiental, tendo em vista que o sistema mitiga as emissões de carbono da pecuária. “A caravana, além de difundir a tecnologia aplicada em unidades de referência tecnológica (URTs) implantadas nas fazendas parceiras, também tem o benefício de ouvir os produtores para aprimorá-la, fortalecendo a . Além disso, parcerias público-privadas envolvidas na iniciativa formam a Associação Rede ILPF e mostram que o evento é a materialização do esforço conjunto em torno de tecnologia já validada e com grande potencial de produção integrada e sustentável”, avalia.

Anísio Lima, chefe da Embrapa Meio-Norte, diz que a ILPF vem sendo pesquisada pela Embrapa há mais de 25 anos e consolida-se como uma alternativa para a sustentabilidade na produção de grãos e de proteína animal. “A tecnologia é hoje política pública do Governo Federal. O sistema, ao levar descarbonização aos sistemas de produção, torna a Embrapa, mais uma vez, protagonista do desenvolvimento da agropecuária brasileira, confirmando que somos produtores de proteína animal com sustentabilidade”.

No Maranhão e Piauí, além da parceria com a Embrapa Cocais e Embrapa Meio-Norte, a Caravana ILPF conta com o apoio do Projeto Desenvolvimento Agrícola Sustentável, executado pela Associação Rede ILPF e Embrapa, em parceria com a Cooperação Brasil- por meio Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH, pelo Programa Cadeias Sustentáveis, com a colaboração do Governo do Maranhão.

Caravana no Meio-Norte

O grupo da expedição técnico e científica começou as atividades na URT da Embrapa Cocais e da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), instalada na fazenda Muniz, onde existem modelos de ILPF com babaçu, eucalipto, sabiá e gado. O proprietário Luciano Muniz, que também é professor da UEMA, implantou o sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta há sete anos e conduziu a apresentação da propriedade.

“Ter participado da Caravana proporcionou a troca de experiência com profissionais de outras regiões do País e pude conhecer as particularidades da ILPF em outros locais do Maranhão. A Caravana promoveu a integração dos participantes, o surgimento de oportunidades de projetos de pesquisas integrados e apoio às pesquisas que já estamos desenvolvendo por meio do Grupo de Inovação em Sistemas Integrados de Produção – GINTEGRA, nosso grupo de pesquisa”.

Joaquim Costa e Guilhermina Cayres, chefes de pesquisa e desenvolvimento e de transferência de tecnologia da Embrapa Cocais, falaram sobre os projetos da Unidade desenvolvidos na fazenda e região. “Eventos como esses são muito importantes para disseminarmos a ILPF de uma maneira bastante clara e falarmos sobre os benefícios financeiros, produtivos e sociais da tecnologia ILPF”, destacou Joaquim Costa.

Para Guilhermina Cayres, a Caravana ILPF representa uma oportunidade de divulgar uma tecnologia da Embrapa que vem se consolidando por meio de parcerias com instituições públicas e iniciativa privada. “Ainda há muitos desafios a serem superados, mas a Caravana mostra que, apesar das dificuldades, existem iniciativas de excelência, como a Fazenda Barbosa, que é um case que merece ser divulgado como referência de ILPF do Brasil, não somente pelos benefícios ambientais e econômicos, mas também pelos benefícios sociais e de formação de novas gerações de profissionais atuantes na ILPF, o que abre perspectivas para um novo olhar sobre a ILPF como estratégia de transferência de tecnologia e incentivo ao surgimento de nova geração de empreendedores agropecuários. A presença de estudantes em todos os municípios por onde a Caravana passou mostra que existe interesse em conhecer mais sobre a tecnologia com uso de práticas integradas e complementares, que promovem atividades e negócios sustentáveis”.

Durante a Caravana, ocorreram três oficinas Adopt, ferramenta agropecuária para identificar e otimizar a adoção de modelos da tecnologia mais aplicáveis na região. As oficinas foram ministradas pelo coordenador da Caravana ILPF, o pesquisador Marcelo Müller, da Embrapa Gado de Leite. Além da visita técnica a URT de ILPF, também ocorreu no primeiro dia da Caravana, uma oficina Adopt no município de Santa Inês-MA e contou com a participação de técnicos, pesquisadores e representantes de vários setores do segmento agropecuário do município.

A parada seguinte da Caravana ILPF foi em Itapecuru Mirim-MA, onde também foi aplicada oficina Adopt para técnicos agropecuários. Estudantes da Casa familiar Rural do Povoado de Serra participaram de um bate-papo sobre ILPF e conheceram um pouco mais sobre os projetos desenvolvidos para as melhorias da cadeia do extrativista do babaçu. “ com esse público são muito importantes para levar informação para os públicos participantes e formação para estudantes, prestes a entrar no mercado profissional,” afirmou Marcílio da Frota, um dos palestrantes do evento.

No dia seguinte, as ações continuaram em Chapadinha-MA e Anapurus-MA, onde foram abordados casos de sucesso com ILPF na região e oportunidades e benefícios do Selo Brasil Agrossustentável, certificação conquistada recentemente por três agricultores da região. “Conquistas como essas mostram que estamos no caminho certo. Com o selo, várias portas serão abertas”, afirma Victor Barbosa, proprietário da fazenda Barbosa, que recebeu o selo ouro durante o evento.

Para a filha do produtor, Viviana Barbosa, médica veterinária, o bem-estar animal propiciado pela ILPF traz retorno financeiro. “Sem sombra, o animal não consegue se alimentar direito. Sobre a Caravana, consideramos importante a troca de experiência e informações entre produtores e pesquisadores de várias partes do país, bem como o esforço para viabilizar o a linhas de crédito com condições especiais para aqueles comprometidos com o desenvolvimento sustentável da atividade”.

Na passagem por Piracuruca, já no Piauí, durante as atividades da Caravana ILPF, alunos de Agronomia da Universidade Estadual do Piauí – UESPI e estudantes da Técnica Professor Antônio Brito Fortes, além de representantes de entidades interessadas na tecnologia, participaram da palestra que abordou o caso de sucesso de ILPF da Fazenda Barbosa, de Brejo no Maranhão. Na ocasião, os pesquisadores da Embrapa Meio-Norte Henrique Antunes e Raimundo Bezerra falaram sobre sistemas integrados como sistemas indutores de agricultura sustentável. “Mostrar o potencial da tecnologia é de extrema importância para disseminar o assunto e avançarmos em área” enfatizou Henrique Antunes.

O último dia de atividades da Caravana ILPF nos estados do Maranhão e Piauí foi realizado na sede da Embrapa Meio-Norte, em Teresina. Rafael Maschio, da Associação Brasileira dos Produtores de Soja – Aprosoja, Henrique Nunes, da Embrapa Meio-Norte, e Lívio de Souza, diretor de fruticultura da Secretaria de Estado de Agronegócio e Empreendedorismo Rural – Seagro, conduziram o debate. “A Embrapa Meio-Norte trabalha há mais de 20 anos com modelo de agricultura que preserva o ambiente, aumenta a das culturas e diversifica a renda”, informou Paulo Fernando Viera, chefe-adjunto de Administração da Embrapa Meio-Norte.

ILPF no Brasil

A ILPF é uma tecnologia de produção agropecuária com grande potencial de mitigação de emissões de gases de efeito estufa e sequestro de carbono pelo solo e biomassa, além de uma série de outros benefícios socioambientais e econômicos. A implementação dos sistemas ILPF varia de acordo com as características de cada região. Segundo estimativas da Associação Rede ILPF para a safra 2020/2021, a área ocupada com os sistemas ILPF no Brasil corresponde a 17,4 milhões de hectares.

A Associação Rede ILPF tem o propósito de ampliar essa área para 35 milhões de hectares até 2030, além de diversificar os sistemas de produção e aumentar a representatividade do componente florestal nesses sistemas. Dessa forma, a ILPF irá contribuir para o alcance das metas apresentadas pelo Brasil em sua Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) ao Acordo de Paris durante a COP-21 e reforçadas pelo Programa ABC+, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA e os compromissos assumidos na COP-26.

Sobre a Associação Rede ILPF

A Associação Rede ILPF é formada e cofinanciada pelas empresas Bradesco, Cocamar, John Deere, Soesp, Syngenta e pela Embrapa e tem como propósito contribuir para o aumento da produtividade de forma sustentável no campo. Atualmente apoia uma rede com 16 Unidades de Referência Tecnológica (URTs) e 12 Unidades de Referência Tecnológica e de Pesquisa (URTPs) distribuídas entre os biomas brasileiros. Atualmente há 22 Unidades de Pesquisa da Embrapa que trabalham com ILPF.

Fonte: portaldoagronegocio

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