Um incêndio em veículo de carga manteve a madrugada em alerta no trecho do Km 235 da BR‑364, em Rondonópolis (MT). Às 4h21, conforme informado pela concessionária Nova Rota do Oeste, foi registrado o chamado para atendimento a um princípio de incêndio de um caminhão que transportava fardos de bebidas.
No volante, o motorista reagiu rápido: desprendeu o cavalo-mecânico da carreta antes que as chamas se propagassem para a cabine. O vagão permaneceu tomado pelo fogo, mas a ação evitou danos maiores à parte frontal. O incidente não causou feridos.
Enquanto as chamas avançavam, equipes da corporação de bombeiros foram acionadas para o local. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) chegou às 5h09 para interditar totalmente a rodovia — a pista foi liberada apenas parcialmente às 5h23, com tráfego permitido em uma faixa até liberação completa.
Impactos no tráfego e na infraestrutura
O trecho em questão da BR-364 é estratégico para o escoamento de cargas e logística no sul de Mato Grosso, por isso qualquer bloqueio gera reflexos nas operações. Embora a via tenha sido liberada parcialmente, o fluxo permaneceu em meia pista até a normalização.
O bloqueio fez-se necessário devido não apenas ao risco de propagação das chamas, mas também à presença de resíduos de combustão e à necessidade de garantir a segurança das equipes de emergência e dos usuários da estrada. O cenário reforça como não apenas colisões, mas incêndios em veículos de carga podem paralisar trechos essenciais de malha rodoviária.
Carga, risco e prevenção
A carga de bebidas no vagão elevou o grau de complexidade do incidente. Apesar de não haver vítimas, o episódio serve como alerta para os riscos inerentes ao transporte rodoviário de produtos volumosos e inflamáveis — mesmo que não classificados como perigosos no sentido tradicional. A equipe de bombeiros conseguiu controlar o foco antes que se alastrasse ainda mais.
Complementando o panorama, vale considerar que a rodovia BR-364 está totalmente duplicada no trecho entre Cuiabá e Rondonópolis — o que reduz, mas não elimina, o risco de longas interrupções em emergências como essa.
No âmbito regional, cabe destacar que, em 2024, o estado de Mato Grosso já lidera o país em registros de queimadas — com quase 29 mil focos detectados no período de janeiro a setembro, segundo o BDQueimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Esse dado reforça a vulnerabilidade local não apenas de vegetação, mas de toda a infraestrutura de transporte frente ao fogo.
Do ponto de vista legal, o incêndio em veículo de transporte pode implicar enquadramentos no Código Penal — por exemplo, se apurada negligência na manutenção ou transporte inadequado, há previsão no Art. 132 (colocação de perigo) ou Art. 250 (infringir norma técnica). Situações específicas serão definidas pela autoridade competente.
Este é o terceiro incidente registrado com veículos de carga em rodovias federais no sudeste de Mato Grosso só neste terceiro trimestre — o que acende o alarme sobre manutenção preventiva, qualificação de condutores e protocolos de resposta para incêndios em trânsito.
Para os usuários da BR-364 e demais corredores de escoamento, fica a recomendação: em caso de fumaça intensa, fogo ou tráfego lento, reduzir a velocidade, manter distância segura e acionar os órgãos competentes (193 para bombeiros, 191 para a PRF).
Em suma, o episódio desta madrugada evidencia que, embora nenhuma vida tenha sido perdida, o sistema logístico rodoviário e de segurança pública segue diante de desafios — desde a manutenção veicular até o planejamento de infraestrutura de resposta. Relato disponibilizado pela concessionária Nova Rota do Oeste e pela PRF, conforme veículos de imprensa.
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Fonte: cenariomt
