Apesar do avanço da colheita e da maior oferta interna, o preço do milho disponível em Mato Grosso registrou valorização de 0,27% na última semana (18 a 22 de agosto), sendo cotado, em média, a R$ 43,03/saca, conforme dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). A alta foi sustentada pelo maior apetite das indústrias de etanol e ração animal, além da valorização do dólar e da firmeza dos contratos futuros em Chicago.
No comparativo anual, a cotação do cereal no estado está 11,46% acima do mesmo período de 2024. Historicamente, a demanda tende a ser mais intensa no início do segundo semestre, puxada pelo setor industrial. Contudo, analistas alertam que uma safra cheia nos Estados Unidos pode reduzir a atratividade do milho brasileiro no mercado externo, já que os preços americanos devem se tornar mais competitivos.
O cenário, portanto, permanece de incertezas, com os preços oscilando entre a pressão da maior oferta interna e a expectativa de ampla disponibilidade no mercado global no segundo semestre.
Colheita finalizada com atraso, mas bons resultados de produtividade
Os trabalhos de campo da safra 2024/25 foram concluídos com duas semanas de atraso em relação ao ciclo 2023/24, reflexo das condições climáticas que retardaram o plantio da soja e, consequentemente, a semeadura do milho de segunda safra.
Apesar disso, o ritmo da colheita foi mais acelerado que o observado na safra 2016/17, considerada a mais tardia da série histórica do Imea. O atraso só não foi maior devido à intensificação das atividades na segunda quinzena de julho, mesmo com registros de chuvas pontuais até agosto — um fenômeno atípico para o período.
As precipitações prolongadas, por outro lado, favoreceram o desenvolvimento das lavouras, inclusive daquelas semeadas fora da janela ideal (até 28 de fevereiro), garantindo rendimento acima do registrado em safras anteriores. A atual projeção do Imea já indica uma produtividade superior, confirmando o bom desempenho da temporada em Mato Grosso.
Fonte: cenariomt
