Brasília (DF) – O retorno gradual das chuvas a partir de setembro deve marcar o início de uma nova fase para o agronegócio brasileiro. Com a previsão de pancadas típicas da primavera, produtores de várias regiões do país poderão iniciar o plantio da soja e de outras culturas de verão de forma mais precoce em relação ao ano passado.
De acordo com modelos meteorológicos, a tendência é de precipitações próximas à média histórica, com destaque para o Centro-Oeste, Sul e Amazônia, o que reforça o cenário positivo para a safra 2025/26.
Impacto regional das chuvas
Mato Grosso (MT)
Principal estado produtor de soja do Brasil, o Mato Grosso deve ser um dos maiores beneficiados com o retorno das chuvas. A previsão aponta umidade suficiente para iniciar o plantio logo após o vazio sanitário, abrindo caminho para uma safra adiantada e com alto potencial produtivo.
Rondônia (RO)
A região amazônica, especialmente Rondônia, também deve registrar volumes satisfatórios de chuva em setembro. Isso permitirá que os produtores planejem um plantio mais uniforme, reduzindo riscos de perdas relacionadas ao atraso climático.
Paraná (PR) e Rio Grande do Sul (RS)
No Sul do Brasil, a situação é positiva, mas com desafios. O excesso de chuva pode atrapalhar a manutenção das lavouras de inverno, como o trigo. Por outro lado, garante umidade ideal para a soja e o milho da primeira safra. O Paraná deve iniciar o plantio em boas condições, enquanto o Rio Grande do Sul terá que lidar com risco de tempestades.
Bahia (BA) e Mato Grosso do Sul (MS)
No Oeste da Bahia, a expectativa é de que as chuvas retornem dentro do calendário esperado, evitando atrasos na semeadura. Já no Mato Grosso do Sul, o cenário climático tende a ser equilibrado, favorecendo tanto a soja quanto o milho de verão.
Nordeste (Zona da Mata)
No leste do Nordeste, especialmente na Zona da Mata, a chuva favorece a fase final da cana-de-açúcar, cuja colheita se intensifica a partir de outubro.
Riscos e oportunidades
Apesar do retorno das chuvas, o calor intenso previsto para o fim de agosto e início de setembro aumenta o risco de queimadas em regiões do Centro-Oeste, Sudeste e Norte. No entanto, esse período seco também favorece a finalização da colheita de cana-de-açúcar, algodão, milho, café e laranja.
No médio prazo, o equilíbrio climático deverá garantir boas condições para a instalação da safra de verão, reforçando o protagonismo brasileiro no mercado global de grãos.
Perspectiva para a safra 2025/26
Com o retorno regular das chuvas e temperaturas dentro da média, a expectativa é de que o Brasil mantenha sua competitividade como maior exportador mundial de soja. Se confirmada, a safra poderá superar os resultados do ciclo anterior, com destaque para os estados do Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul, Rondônia e Bahia.
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Fonte: cenariomt