O preço do leite captado em junho fechou a R$ 2,6474 por litro na “Média Brasil”, conforme levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. O cenário segue pressionado pelo fato de a oferta superar a demanda, o que limita a sustentação das cotações. O ICAP-L (Índice de Captação do Leite) registrou alta de 3,31% de maio para junho e acumula avanço expressivo de 31,2% nos últimos 13 meses.
No atacado, a demanda enfraquecida e a manutenção dos estoques também influenciaram o mercado em julho. O leite UHT negociado entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo foi comercializado, em média, a R$ 4,39/litro, leve alta de 0,93% frente ao mês anterior, mas queda de 7,45% em relação ao mesmo período de 2024. Já o leite em pó recuou 0,14% no comparativo mensal e 2,56% no anual, ficando em R$ 30,89/kg. Para o queijo muçarela, as baixas foram de 0,86% e 2,05%, respectivamente, com cotação de R$ 32,29/kg (valores deflacionados pelo IPCA de julho/25).
No comércio exterior, tanto importações quanto exportações de lácteos avançaram em julho, mas ainda se mantêm abaixo dos patamares de 2024. As compras externas cresceram 10,34%, somando 177,01 milhões de litros equivalente leite. Já as exportações aumentaram 8,26%, totalizando 5,58 milhões de litros equivalente leite. Com isso, o déficit da balança comercial do setor subiu 10,4%, alcançando 171,43 milhões de litros equivalente leite – em valores, aumento de 5,7%, a US$ 76,34 milhões.
Por outro lado, os custos de produção voltaram a ceder na “Média Brasil”. O Custo Operacional Efetivo (COE) registrou queda de 0,59% em julho. Houve, no entanto, comportamentos distintos entre as praças monitoradas: São Paulo e Santa Catarina tiveram elevação, enquanto Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais, Goiás e Bahia apresentaram recuos.
Fonte: cenariomt