A Polícia Civil deflagrou uma megaoperação para desmantelar um esquema de fraude em uma rede de laboratórios que falsificava exames e laudos médicos, colocando em risco a vida de pacientes em Mato Grosso. A ação, nomeada “Contraprova”, cumpriu 11 mandados judiciais contra um laboratório, com unidades em Cuiabá, Sinop e Sorriso.
As investigações, conduzidas pela Delegacia de Defesa do Consumidor (Decon), revelaram que o laboratório atendia diversos órgãos públicos — como a Prefeitura da Capital e a Câmara Municipal — além de clínicas particulares e pacientes do sistema privado.
Segundo a Polícia Civil, o modus operandi da empresa era criminoso e simples: as amostras de material biológico, como sangue e secreção, eram coletadas, mas não chegavam a ser analisadas. Em vez disso, eram descartadas e os laudos eram fraudados.
O delegado responsável pelo caso, Rogério da Silva Ferreira, classificou o cenário como “gravíssimo” e citou o caso de uma menina de 5 anos que morreu em dezembro de 2024. Ex-funcionários da rede revelaram que os exames da criança foram forjados, o que pode ter prejudicado seu tratamento e recuperação.
O inquérito foi iniciado em abril deste ano, após uma denúncia à Vigilância Sanitária de Cuiabá. A fiscalização na unidade da capital confirmou as suspeitas: o laboratório não possuía equipamentos em funcionamento ou insumos necessários para a realização das análises, mesmo coletando materiais de pacientes.
A Operação Contraprova resultou na prisão preventiva de um homem, sócio e responsável técnico do laboratório, acusado de ser o autor das falsificações. As três unidades da empresa foram interditadas judicialmente, seus contratos com o poder público suspensos, e os sócios podem ser indiciados por crimes como estelionato, falsificação e peculato, cujas penas podem chegar a 25 anos de prisão.
Fonte: cenariomt