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Trigo: baixa liquidez e preços pressionados no Sul do Brasil

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Fernando Dias

Mercado regional segue travado

O mercado de trigo no Sul do Brasil permanece com pouca liquidez e margens apertadas para os moinhos. De acordo com a TF Agroeconômica, no Rio Grande do Sul as negociações seguem pontuais, concentradas nos meses de agosto e setembro, apesar da leve alta de 0,31% registrada nos preços do Cepea no dia anterior.

Preços e disponibilidade no Rio Grande do Sul

No estado, lotes de qualidade superior — capazes de reduzir a dependência do trigo argentino — alcançam R$ 1.380,00 por tonelada no interior, mas são raros. A maior parte das ofertas está em R$ 1.380,00/t, posto moinho na Serra e região metropolitana, e R$ 1.350,00/t no centro.

Exportadores pagam R$ 1.300,00/t no porto para entrega em dezembro, com cerca de 4% da safra nova já negociada.

Santa Catarina mantém estabilidade

Em Santa Catarina, o mercado segue estável, com moinhos operando apenas na reposição e aproveitando oportunidades pontuais. A oferta de trigo gaúcho impede reajustes, com preços variando entre R$ 1.330,00 e R$ 1.360,00/t FOB, acrescidos de frete e ICMS.

O trigo importado no porto de Paranaguá segue mais competitivo que o produto paranaense. A nova safra ainda não tem indicações de preços. Segundo a Conab, a produção estadual deve cair 6,3%, mesmo com aumento de área, devido à queda de 8,1% na produtividade.

Paraná com moinhos abastecidos

No Paraná, os moinhos estão abastecidos até a chegada da nova safra, o que mantém pressão sobre as cotações. Compradores oferecem até R$ 1.450,00/t CIF para lotes de excelente qualidade, enquanto vendedores resistem a negociar abaixo de R$ 1.500,00/t FOB.

Para a safra futura, negócios pontuais ocorrem a R$ 1.450,00/t em outubro e R$ 1.350,00/t em novembro. A ampla oferta de trigo gaúcho segue influenciando o mercado, enquanto o produto importado mantém preços em US$ 272/t em Paranaguá.

Queda nos preços pagos ao produtor

Os preços recebidos pelos produtores paranaenses recuaram 1,55% na semana, chegando à média de R$ 75,88 por saca — ainda acima do custo de produção, estimado em R$ 72,89.

O lucro médio, porém, caiu de 5,73% para 4,10%, distante dos 32,1% observados no mercado futuro, reforçando a tendência de redução da margem de ganho conforme a colheita se aproxima.

Fonte: portaldoagronegocio

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