Alta nos prêmios e firmeza na comercialização em várias regiões
O mercado da soja apresenta sinais de otimismo, impulsionado por prêmios elevados nos portos brasileiros que sustentam expectativas positivas para a próxima safra, especialmente no Rio Grande do Sul. Segundo a TF Agroeconômica, os preços para pagamento em 8 de agosto variaram em diferentes regiões: no porto, a saca foi cotada a R$ 141,80 (+1,29%). No interior gaúcho, valores como R$ 133 em Cruz Alta, R$ 132 em Passo Fundo e Ijuí, além de R$ 122 em Panambi, indicam boa firmeza.
Em Santa Catarina, o mercado também se aquece com negociações ativas e preços estáveis, com o porto de São Francisco registrando R$ 139,04 por saca. No Paraná, a comercialização segue sólida graças à demanda externa, com preços em Paranaguá a R$ 141,77 e outras praças como Cascavel e Maringá entre R$ 126,80 e R$ 127,14. Já no Mato Grosso do Sul, apesar dos negócios mais lentos, a soja se mantém valorizada, com preços em Dourados a R$ 121,76 e valores similares em Campo Grande e Maracaju.
No Mato Grosso, a forte demanda externa também contribui para a valorização da soja, com cotações em Campo Verde e Primavera do Leste acima de R$ 122,00, enquanto outras regiões como Lucas do Rio Verde e Sorriso tiveram leve recuo nos preços.
Mercado nacional registra poucos negócios e oscilação nos preços
Apesar da firmeza nos prêmios, o mercado brasileiro de soja tem apresentado baixa liquidez, com poucos negócios realizados. Os dois principais formadores de preço — a Bolsa de Chicago e o câmbio — não apresentam tendência clara, oscilando dentro de pequenas margens. A Bolsa de Chicago registra leve alta, mas o movimento é limitado por fundamentos baixistas, enquanto o dólar opera praticamente estável frente ao real.
Segundo a consultoria Safras & Mercado, a comercialização está mais fraca, especialmente nos portos, impactada pela queda dos contratos futuros em Chicago e pela desvalorização do dólar. A oferta de soja permanece contida, com produtores retendo seus estoques e compradores mantendo ofertas com margens apertadas, o que limita o fechamento de negócios.
No mercado físico, os preços regionais oscilaram pouco nos últimos dias. Em Passo Fundo e Santa Rosa, a saca segue cotada entre R$ 132 e R$ 133, enquanto no porto de Rio Grande houve leve queda, de R$ 141 para R$ 139. Em outras praças, como Cascavel, houve leve alta, e em Paranaguá, queda nos preços. Cidades do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul apresentaram variações pequenas, com Rio Verde (GO) registrando aumento para R$ 125,00 por saca.
Cotação em Chicago recua pressionada pela ausência da China e expectativa de safra recorde nos EUA
Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago recuaram, pressionados principalmente pela ausência da China como compradora da nova safra americana e pelas expectativas de uma colheita robusta nos Estados Unidos. O contrato de setembro fechou com queda de 0,62%, cotado a US$ 9,65 por bushel, enquanto o de novembro caiu 0,66%, encerrando a US$ 9,84 por bushel.
A China, maior importadora global de soja, tem evitado novas compras dos EUA em meio às negociações comerciais bilaterais estagnadas, mesmo com os preços da soja brasileira mais altos. A consultoria StoneX também reforçou o cenário baixista ao divulgar projeções de produtividade e produção acima das estimativas anteriores do USDA, indicando uma safra americana recorde.
Além desses fatores, o mercado sofre com a imposição de novas tarifas comerciais pelos Estados Unidos, que entraram em vigor recentemente. Entre elas, destaca-se a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros e outra de 25% sobre produtos indianos, como retaliação às relações comerciais desses países com a Rússia, impactando o comércio global de commodities.
Fonte: portaldoagronegocio