CENÁRIO AGRO

Vacinas combinadas na suinocultura: ampliando proteção e flexibilidade nos protocolos modernos

2025 word2
Grupo do Whatsapp Cuiabá


Foto:
Vacinação intradérmica sem agulha Sistema IDAL

A imunização contra múltiplas doenças por meio de vacinas combinadas representa um avanço importante para a suinocultura, trazendo maior segurança, praticidade e proteção ampliada para os produtores. Especialistas destacam que essa tecnologia vem ganhando espaço à medida que a cadeia produtiva enfrenta novos desafios sanitários e busca otimizar seus protocolos vacinais.

Importância das vacinas polivalentes na suinocultura

A suinocultura intensiva está sujeita ao surgimento constante de novos patógenos e à ocorrência de síndromes com causas multifatoriais. Nesse contexto, as vacinas combinadas, que reúnem dois ou mais antígenos em uma única formulação, facilitam a vacinação ao reduzir o número de aplicações, mantendo a eficácia e segurança. Segundo a médica-veterinária Brenda Marques, gerente técnica da MSD Saúde Animal, essas vacinas trazem flexibilidade aos protocolos, facilitando o manejo e ampliando a proteção contra diversos agentes em uma única injeção.

Evolução histórica das vacinas combinadas no Brasil

O avanço da vacinação na suinocultura brasileira teve marcos importantes: em 2007, surgiram as primeiras vacinas comerciais contra o Circovírus Suíno tipo 2 (PCV2), que reduziram significativamente as perdas causadas pela doença. Em 2013, a MSD lançou a primeira vacina injetável combinando antígenos de Mycoplasma hyopneumoniae e PCV2. Desde então, outras tecnologias, como vacinas intradérmicas (2016) e vacinas para o controle da Ileíte (2018), ampliaram as opções disponíveis para os produtores.

Vacinas do futuro: foco na redução do estresse e simplificação

Brenda Marques destaca que as vacinas do futuro terão como prioridade minimizar o estresse dos animais, reduzir o número de doses e facilitar o manejo. Protocolos de dose única e vacinas polivalentes são cada vez mais comuns e essenciais para acompanhar a tecnificação e as demandas por bem-estar animal nas granjas modernas.

Benefícios das vacinas de dose única e combinadas

Vacinas de dose única representam ganhos tanto para o bem-estar animal, com uma injeção a menos, quanto para a gestão das propriedades, que reduzem custos e o desgaste físico associado à revacinação. A imunogenicidade dessas vacinas é comparável às que requerem duas doses, garantindo respostas imunes eficientes.

As vacinas combinadas otimizam o manejo dos leitões, especialmente diante da delicadeza desse processo e da disponibilidade limitada de mão de obra, proporcionando conveniência e praticidade.

Rigor no desenvolvimento e aprovação das vacinas

O desenvolvimento de vacinas veterinárias é um processo complexo, que inclui seleção cuidadosa dos antígenos e adjuvantes, seguido de diversos ensaios pré-clínicos e clínicos para avaliar eficácia, segurança, início e duração da imunidade. Formulações combinadas exigem ainda mais atenção para garantir proteção adequada a todos os agentes presentes.

Após os testes, as vacinas precisam ser aprovadas por órgãos regulatórios locais, e o processo pode levar até 10 anos para sua liberação. A escolha dos antígenos considera o perfil imunogênico e a compatibilidade dos protocolos vacinais para cada patógeno.

Impacto das vacinas combinadas na saúde animal e no uso de antimicrobianos

Além de ampliar a proteção, as vacinas combinadas contribuem para o uso prudente de antimicrobianos, pois a prevenção eficaz reduz a necessidade de tratamentos com antibióticos. Isso é fundamental para combater a resistência antimicrobiana e garantir a segurança alimentar, ressalta a especialista.

Sucesso da vacinação depende de estratégia e manejo adequados

A Organização Mundial da Saúde Animal reconhece o papel fundamental da vacinação na prevenção de doenças, melhoria do bem-estar animal e proteção à saúde pública. Porém, para garantir o sucesso dos programas vacinais, é necessário vacinar um número adequado de animais com vacinas eficazes, respeitando a biologia do sistema imunológico.

Brenda Marques alerta que a imunização deve considerar o momento ideal para a aplicação, a possível interferência da imunidade materna e o estado de saúde e nutrição dos animais. Além disso, o uso de vacinas com muitos patógenos diferentes exige formulações equilibradas para assegurar a resposta adequada.

Doenças que impulsionam a inovação em vacinação

Doenças como Ileíte, Circovirose Suína (PCV2) e Pneumonia Enzoótica (Mycoplasma hyopneumoniae) são responsáveis por prejuízos significativos na suinocultura e estimularam o desenvolvimento das vacinas combinadas, hoje fundamentais para o controle eficaz dessas enfermidades.

Com a evolução das tecnologias vacinais, as vacinas combinadas oferecem à suinocultura moderna ferramentas essenciais para aumentar a eficiência, promover o bem-estar animal e fortalecer a sustentabilidade do setor.

Fonte: portaldoagronegocio

Sobre o autor

Avatar de Redação

Redação

Estamos empenhados em estabelecer uma comunidade ativa e solidária que possa impulsionar mudanças positivas na sociedade.