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A partir de 1º de agosto, a nova rodada de aumento nas tarifas de importação pelos Estados Unidos pode gerar perdas superiores a R$ 19 bilhões às economias estaduais brasileiras. A projeção é da Confederação Nacional da Indústria (CNI), com base em dados de 2024 do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Entre os mais afetados está Santa Catarina, que aparece em quarto lugar entre os estados com maiores prejuízos financeiros: R$ 1,7 bilhão. No entanto, quando o critério é o impacto proporcional no Produto Interno Bruto (PIB), o estado assume a segunda posição nacional, com recuo previsto de -0,31%.
Santa Catarina: indústria fortemente exposta ao mercado norte-americano
Segundo o levantamento da CNI, 99% das exportações catarinenses para os EUA são industriais, o que explica a alta sensibilidade do estado às novas tarifas. Com forte dependência da indústria de transformação, Santa Catarina pode sentir com intensidade os efeitos do tarifaço no curto prazo.
Queda no PIB e empregos em risco em todo o país
A CNI projeta que, caso as tarifas entrem em vigor, o Brasil como um todo pode ter retração de 0,16% no PIB, além da perda de pelo menos 110 mil postos de trabalho. O impacto será global: a economia mundial pode recuar 0,12%, com queda de 2,1% no comércio internacional.
Sudeste e Sul lideram perdas financeiras
- São Paulo será o mais prejudicado, com R$ 4,4 bilhões em perdas e recuo de 0,13% no PIB. Em 2024, 19% das exportações paulistas foram destinadas aos EUA, sendo 92,1% da indústria de transformação.
- Rio Grande do Sul ocupa a segunda posição, com prejuízo de R$ 1,917 bilhão. Os EUA foram o terceiro maior destino das exportações gaúchas, representando 8,4% do total.
- Paraná, em terceiro, também tem os EUA como seu terceiro principal mercado externo. Em 2024, 6,8% das exportações paranaenses foram para o país, sendo 97,5% da indústria. O estado poderá perder R$ 1,914 bilhão.
- Minas Gerais, em quinto, deve registrar perdas de R$ 1,6 bilhão, com queda de 0,15% no PIB. A indústria representou 66,1% das exportações para os EUA, que foram o terceiro maior destino das vendas mineiras.
Regiões Norte e Centro-Oeste também sentem o impacto
- No Amazonas, puxado pelo Polo Industrial de Manaus, o prejuízo estimado é de R$ 1,1 bilhão, com a maior queda proporcional no PIB entre os estados: -0,67%.
- Pará pode sofrer perdas de R$ 973 milhões e retração de 0,28% no PIB. A indústria respondeu por 95,2% das exportações do estado aos EUA.
- No Centro-Oeste, os estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul somam perdas superiores a R$ 1,9 bilhão.
Nordeste: impacto menor, mas ainda relevante
Na região Nordeste, embora os valores sejam mais modestos, os prejuízos também preocupam:
- Bahia: R$ 404 milhões
- Pernambuco: R$ 377 milhões
- Ceará: R$ 190 milhões
As novas tarifas dos Estados Unidos devem provocar impactos econômicos expressivos no Brasil, especialmente nos estados com maior exposição à indústria de transformação e dependência do mercado norte-americano. O alerta da CNI reforça a necessidade de medidas estratégicas para mitigar os efeitos dessa nova barreira comercial.
Fonte: portaldoagronegocio