Os preços do café robusta no mercado internacional caíram para os menores níveis desde março de 2024. Na última terça-feira (22), a posição setembro na ICE Futures Europe, bolsa de referência para o robusta, foi negociada a US$ 3.166 por tonelada — o menor valor em 16 meses.
Avanço da colheita nos principais países produtores pressiona os preços
Segundo analistas, a queda nas cotações reflete o bom andamento da colheita nos dois principais países exportadores de café robusta depois do Vietnã: Brasil e Indonésia. Ambos registram colheitas avançadas e sem riscos climáticos no curto prazo, o que amplia a oferta global da variedade.
Apesar disso, comerciantes destacam que a recente desvalorização freou as vendas no Vietnã, maior produtor mundial de robusta, diante da expectativa por preços mais atrativos. Ainda assim, o mercado segue abastecido pelas safras recém-colhidas no Brasil e na Indonésia.
Safra 2025/26 no Brasil segue acelerada
No Brasil, a colheita da safra 2025/26 está próxima do encerramento. Segundo a consultoria SAFRAS & Mercado, até 23 de julho, 84% da colheita já havia sido realizada — avanço de sete pontos percentuais em relação à semana anterior. O ritmo está mais rápido que no mesmo período do ano passado (81%) e acima da média dos últimos cinco anos (77%).
Café robusta brasileiro: colheita praticamente concluída
A colheita do café canéfora (robusta/conilon) já alcançou 96% do total estimado. Mesmo com chuvas nas semanas anteriores, os trabalhos seguem adiantados em comparação a 2024 (95%) e também superam a média quinquenal de 93% para este período.
De acordo com o consultor Gil Barabach, da SAFRAS, o cenário para a safra brasileira de conilon/robusta é amplamente positivo, confirmando as expectativas iniciais, apesar de perdas pontuais em algumas áreas.
Colheita do arábica também avança, mas qualidade preocupa em algumas regiões
A colheita do café arábica chegou a 76% até o dia 23 de julho, representando um avanço de nove pontos em relação à semana anterior. O percentual está acima tanto do registrado em 2024 (75%) quanto da média dos últimos cinco anos (69%).
Entretanto, há relatos de aumento na oferta de grãos com bebida mais fraca em Minas Gerais, em virtude da alta umidade observada neste ano. Além disso, produtores da região da Mogiana e do Sul de Minas têm relatado rendimentos abaixo do esperado na segunda metade da colheita, conforme apontou o consultor Gil Barabach.
Fonte: portaldoagronegocio