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Segundo o analista da consultoria Safras & Mercado, Allan Maia, o cenário atual é de disputas intensas nas negociações, com frigoríficos pouco ativos e atentos ao ritmo do mercado atacadista.
Baixo consumo pressiona mercado
Maia destaca que o consumo interno tende a enfraquecer na segunda quinzena do mês, reflexo da menor disponibilidade financeira das famílias. “Esse menor apelo ao consumo impacta diretamente nas perspectivas de preços para o curto prazo, que seguem pouco otimistas”, afirma.
Concorrência com outras proteínas e cenário do boi
A competitividade do frango é outro fator que influencia negativamente a demanda pela carne suína. O analista observa ainda que o mercado de carne bovina também enfrenta dificuldades, o que contribui para a pressão sobre os preços de proteínas animais em geral.
Exportações e custos controlados aliviam cenário
Apesar da conjuntura desfavorável no mercado interno, Maia aponta dois fatores positivos: o bom desempenho das exportações brasileiras de carne suína e a estabilidade nos custos de nutrição animal. Esses aspectos ajudam a reduzir a oferta no mercado doméstico e oferecem algum alívio aos produtores.
Evolução dos preços no mercado nacional
Levantamento semanal da Safras & Mercado revelou recuos nos preços médios do suíno vivo e dos principais cortes:
- Suíno vivo (média nacional): caiu de R$ 7,68 para R$ 7,55 por quilo
- Pernil (atacado): recuo de R$ 13,80 para R$ 13,38
- Carcaça: redução de R$ 12,51 para R$ 12,09
Preços por estado
- São Paulo (arroba): de R$ 160,00 para R$ 156,00
- Rio Grande do Sul:
- Integração: R$ 6,60 (estável)
- Interior: de R$ 8,10 para R$ 7,95
- Santa Catarina:
- Integração: R$ 6,60 (estável)
- Interior: de R$ 8,00 para R$ 7,80
- Paraná:
- Mercado livre: de R$ 8,10 para R$ 7,90
- Integração: R$ 6,65 (estável)
- Mato Grosso do Sul:
- Campo Grande: de R$ 7,75 para R$ 7,60
- Integração: R$ 6,60 (estável)
- Goiás (Goiânia): de R$ 8,10 para R$ 7,95
- Minas Gerais (interior):
- Mercado livre: de R$ 8,20 para R$ 8,00
- Mercado independente: de R$ 8,40 para R$ 8,20
- Mato Grosso:
- Rondonópolis: de R$ 7,80 para R$ 7,60
- Integração: R$ 7,05 (estável)
Desempenho das exportações
De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior, as exportações brasileiras de carne suína “in natura” somaram US$ 107,32 milhões nos primeiros nove dias úteis de julho. A média diária de receita foi de US$ 11,92 milhões, com 40,39 mil toneladas embarcadas no período — média diária de 4,49 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 2.657,40.
Em comparação a julho de 2024:
- Valor médio diário: queda de 4,5%
- Volume médio diário: recuo de 13,4%
Preço médio: alta de 10,3%
Apesar da pressão nos preços internos por conta do menor consumo e da retração de frigoríficos, as exportações seguem como um dos pilares de sustentação para o setor suinícola brasileiro. A competitividade frente ao frango e ao boi e o controle nos custos de produção também seguem no radar do mercado para os próximos meses.
Fonte: portaldoagronegocio