Café volta a recuar nas bolsas internacionais
Os preços do café operaram em queda na manhã desta quinta-feira (17) nas principais bolsas internacionais, refletindo a continuidade da instabilidade do mercado. De acordo com boletim divulgado pelo Escritório Carvalhaes, a volatilidade segue intensa, agora agravada pela possibilidade de o governo dos Estados Unidos impor tarifas de 50% sobre as exportações brasileiras a partir de 1º de agosto.
Fatores estruturais seguem inalterados
Apesar da movimentação nos preços, os fundamentos do mercado permanecem os mesmos. O relatório do Escritório Carvalhaes destaca que os estoques continuam historicamente baixos, tanto em países produtores quanto em consumidores, enquanto o clima segue irregular e o equilíbrio entre produção e consumo global ainda é frágil.
Pressão sobre o café robusta com safra promissora
O mercado de café robusta está particularmente pressionado diante das expectativas de uma grande safra no Brasil. Segundo Marcelo Moreira, analista da Archer Consulting, a colheita pode atingir entre 16 e 28 milhões de sacas. Além disso, o Vietnã, outro importante produtor global, deve colher mais de 30 milhões de sacas, conforme dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Colheita brasileira avança e traz alívio à oferta
Dados da StoneX mostram que a colheita brasileira já superou 73% da produção estimada, o que contribui para amenizar a preocupação com a oferta restrita observada no início do ano. No entanto, o analista Fernando Maximiliano alerta que, embora o clima continue sendo um fator de risco relevante, o cenário atual apresenta um leve equilíbrio na oferta, mas ainda distante de permitir a recomposição dos estoques globais.
Cotações do café nas primeiras horas do dia
Por volta das 9h (horário de Brasília), os contratos futuros do café arábica apresentavam comportamento misto:
- Julho/25: alta de 1.295 pontos, a 314,55 cents/lbp
- Setembro/25: queda de 495 pontos, a 303,50 cents/lbp
- Dezembro/25: queda de 495 pontos, a 295,95 cents/lbp
No caso do robusta, os recuos foram mais expressivos:
- Julho/25: baixa de US$ 104, cotado a US$ 3.615/tonelada
- Setembro/25: queda de US$ 112, negociado a US$ 3.315/tonelada
- Novembro/25: recuo de US$ 114, a US$ 3.282/tonelada
A combinação entre fatores climáticos, avanço da colheita e riscos geopolíticos segue como elemento central na formação dos preços do café, que devem continuar sujeitos à volatilidade nos próximos dias.
Fonte: portaldoagronegocio