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Brasil fortalece a liderança na transição energética com aumento nas misturas de etanol e biodiesel

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Novos percentuais de biocombustíveis impulsionam transporte sustentável

O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou, nesta quarta-feira (26/06), o aumento da mistura obrigatória de etanol anidro na gasolina de 27% para 30% (E30), e de biodiesel no diesel fóssil de 14% para 15% (B15). As novas regras passam a valer a partir de 1º de agosto e são consideradas estratégicas para consolidar o protagonismo do Brasil na transição energética global.

Etanol e biodiesel como motores de desenvolvimento sustentável

Para Renato Cunha, presidente-executivo da NovaBio (Associação dos Produtores de Açúcar, Etanol e Bioenergia), as mudanças representam um avanço significativo para o setor de transportes e para o país. Segundo ele, a medida fortalece a produção nacional sustentável, contribui para a geração de empregos e renda e reduz a dependência de combustíveis fósseis importados, como diesel e gasolina.

Cunha, que também preside o Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar-PE), destacou ainda os impactos ambientais positivos e o papel da decisão como resposta estratégica à volatilidade do mercado internacional de petróleo.

Expectativas de crescimento econômico e impacto no setor agroindustrial

De acordo com o Ministério de Minas e Energia (MME), a mudança de E27 para E30 pode gerar mais de R$ 10 bilhões em investimentos e criar cerca de 50 mil empregos no país. Também é esperada uma redução de até R$ 0,20 por litro no preço da gasolina nos postos.

Segundo a consultoria Datagro, a medida deve aumentar em 1,5 bilhão de litros a demanda por etanol anidro, que fechou 2024 com 11,93 bilhões de litros consumidos. Esse avanço projeta ganhos expressivos para o setor agroindustrial, em especial para a cadeia produtiva da cana-de-açúcar.

Menor emissão de gases e benefícios ao meio ambiente

Estudos do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT) apontam que a adoção do E30 tem potencial para reduzir, por ano, a emissão de 1,7 milhão de toneladas de gases de efeito estufa (GEE), reforçando o papel dos biocombustíveis na luta contra as mudanças climáticas.

Implementação do B15 é confirmada após adiamento

Já a elevação do teor de biodiesel no diesel, de 14% para 15% (B15), prevista inicialmente para o primeiro semestre, foi adiada pelo governo federal e só entrará em vigor agora em agosto. A decisão, segundo o MME, levou em conta fatores como a inflação dos combustíveis e dos alimentos, além de denúncias de fraudes no setor de distribuição.

O adiamento gerou frustração na indústria de biodiesel, que esperava a implementação em março deste ano.

Fraudes e cortes na fiscalização preocupam o setor de combustíveis

Entidades do setor alertam para os riscos associados à adulteração de combustíveis e à atuação do crime organizado na cadeia de abastecimento. Na terça-feira (25), um manifesto conjunto foi divulgado, pedindo a revisão dos cortes no orçamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), fundamentais para a fiscalização do setor.

Segundo o Instituto Combustível Legal (ICL), as perdas com fraudes chegam a R$ 30 bilhões por ano no Brasil. O manifesto foi assinado por entidades como Fecombustíveis, Abicom, Brasilcom, IBP, ICL, Sindicom e SindTRR.

Caminho para uma matriz energética mais limpa e competitiva

As decisões do CNPE marcam um novo passo do Brasil rumo a uma matriz energética mais limpa, diversificada e competitiva. Com impactos positivos tanto para a economia quanto para o meio ambiente, o fortalecimento dos biocombustíveis também representa uma oportunidade para o crescimento sustentável do setor agropecuário e da indústria nacional de energia renovável.

Fonte: portaldoagronegocio

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