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Agronegócio

Outono de 2025: Início sem influências de El Niño ou La Niña

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O outono de 2025 no Brasil tem início no próximo dia 20 de março, com previsão de um clima sem a presença dos fenômenos climáticos El Niño e La Niña, conforme indicam meteorologistas. A expectativa é de uma rápida transição para uma condição de neutralidade climática, com a neutralidade predominando até, pelo menos, a primavera no Hemisfério Sul.

A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) informou que, em fevereiro, as condições típicas de La Niña ainda estavam presentes. No entanto, o mês de março deverá marcar a transição para um período de neutralidade, com base nas oscilações de temperatura observadas na área do Pacífico Equatorial, região que serve de referência para determinar a ocorrência desses fenômenos climáticos.

Durante períodos de La Niña, o clima tende a ficar mais seco no Sul do Brasil, com chuvas mais intensas no Norte e Nordeste, e temperaturas mais baixas nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. No caso de El Niño, o cenário se inverte, com o Norte e Nordeste enfrentando estiagens, enquanto o Sul é atingido por tempestades.

A NOAA ressaltou que, em fevereiro, o sistema oceano-atmosfera do Pacífico tropical ainda indicava condições de La Niña, mas com uma chance de 75% de que a média entre fevereiro e abril fosse neutra, uma tendência que deverá perdurar durante o verão no Hemisfério Norte.

De acordo com a MetSul Meteorologia, as condições atuais apontam para um cenário de neutralidade. A análise da temperatura da superfície do mar no Pacífico Equatorial Centro-leste indicou uma anomalia de 0ºC, o que caracteriza uma neutralidade absoluta. Embora o mapa de anomalia mostre características típicas de um El Niño em formação, não há evidências de que um El Niño clássico esteja se desenvolvendo.

O agrometeorologista Marco Antônio dos Santos, da Rural Clima, destacou, em vídeo divulgado nas redes sociais, que as temperaturas estão subindo tanto no Pacífico Equatorial quanto em outras áreas do oceano. No entanto, ele ressaltou que não há indicações de que o fenômeno El Niño tenha influência significativa sobre o clima brasileiro e, em especial, sobre as regiões agrícolas. Esse aquecimento nas águas oceânicas deverá favorecer as chuvas durante o outono e inverno no Sul do Brasil, aliviando a pressão sobre a chuva nesse período de transição do verão para o outono, mas aumentando a probabilidade de chuvas mais intensas durante o outono e inverno.

Santos observou que a perda de intensidade de fenômenos como El Niño e La Niña durante a transição de estações é um fenômeno comum no Brasil, apesar de esses eventos climáticos permanecerem mais fortes em outras regiões do planeta. Com a evolução das condições atmosféricas no Pacífico, esses fenômenos podem, eventualmente, voltar a afetar o clima no Hemisfério Sul.

Estudo divulgado pela Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, aponta uma alta probabilidade (entre 70% e 80%) de predomínio de condições neutras até pelo menos julho de 2025. Após esse período, a probabilidade de neutralidade deve diminuir, com possibilidade de até 40% de formação de um novo La Niña no último trimestre do ano. A probabilidade de um novo El Niño é inferior a 20%.

O agrometeorologista da Rural Clima prevê que, caso essa neutralidade se mantenha, o Brasil experimentará um outono e inverno mais úmidos, com as chuvas inicialmente concentradas no Sul e se espalhando para outras regiões ao longo da estação. Esse cenário traria grandes vantagens para o desenvolvimento das lavouras e a manutenção dos mananciais, além de favorecer o início da próxima safra.

Santos também apontou que as culturas de inverno, especialmente o trigo, seriam beneficiadas, com a previsão de chuvas mais frequentes durante o desenvolvimento das lavouras e menos durante a colheita, em comparação com o ano anterior.

Verão se Despede com Frente Fria

O verão de 2025 está chegando ao fim com temperaturas mais amenas, impulsionadas pela chegada de uma frente fria que, a partir do Rio Grande do Sul, avançará pelo Brasil nos próximos dias. Segundo a Climatempo, as temperaturas mais altas serão registradas no Espírito Santo, partes de Minas Gerais, Tocantins, interior da Bahia e centro-sul do Piauí. No Norte e Nordeste, o clima continuará quente e seco, devido à Zona de Convergência Intertropical, enquanto no Centro-Oeste o calor ainda predominará, intercalado com períodos de chuva, cenário semelhante ao esperado para o Sudeste.

Fonte: portaldoagronegocio

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