A colheita do milho no Brasil segue em ritmos diversos, com destaque para o Rio Grande do Sul, que lidera o avanço da safra, tendo colhido 76% da área semeada, conforme dados da TF Agroeconômica. O estado, que já concluiu as compras de exportação pelo porto de Rio Grande, agora direciona seus esforços para a soja e seus derivados. No mercado interno, o milho segue sendo adquirido pelas indústrias, com preços variando entre R$ 73,00 e R$ 75,00 por saca em diferentes municípios. Já os armazenadores negociam conforme a oferta, com valores entre R$ 71,00 e R$ 75,00 para fevereiro e março. No entanto, o preço de referência em Panambi subiu para R$ 67,00.
Em Santa Catarina, a colheita atingiu 36% da área semeada. Os preços no mercado local variam de acordo com a região, com cooperativas pagando R$ 64,50 por saca em Campo Alegre, R$ 63,50 em Papanduva e R$ 67,00 no Oeste e na região serrana. Nos portos, as cotações variam entre R$ 72,00 para entregas em agosto com pagamento em setembro e R$ 73,00 para entregas em outubro, com pagamento em novembro.
Atraso na Colheita no Paraná e Mato Grosso do Sul
No Paraná, o processo de colheita está mais lento, embora tenha sido favorecido pelas chuvas recentes. No mercado interno, os preços do milho spot estão em torno de R$ 70,00 por saca. Já no porto de Paranaguá, os preços variam conforme o prazo de entrega, com valores entre R$ 72,30 para agosto e R$ 74,50 para novembro.
Em Mato Grosso do Sul, a colheita também sofre com atraso, embora tenha avançado significativamente na última semana. O mercado local apresenta oscilações, especialmente após o feriado, com preços em Campo Grande caindo 1,52%, para R$ 65,00 por saca. No entanto, outras regiões do estado registraram aumento: Chapadão subiu 7,81%, atingindo R$ 69,00; Dourados e Maracaju aumentaram 4,59%, chegando a R$ 70,00; enquanto Ponta Porã, São Gabriel do Oeste e Sidrolândia apresentaram preços de R$ 66,00 por saca.
Mercado Futuro e Oscilações no Preço do Milho
Na Bolsa de Mercadorias de São Paulo (B3), os contratos de milho apresentaram queda nesta quinta-feira, refletindo a pressão do mercado interno e as dificuldades logísticas associadas à colheita. A expectativa é de que essa pressão diminua assim que a safra de soja for colhida e direcionada. O impacto no preço físico do milho é suportado pela logística de transporte e armazenamento.
Quanto aos contratos futuros, os preços fecharam em alta: o vencimento de março/25 foi de R$ 86,64, com alta de R$ 0,23 no dia, mas com queda de R$ 0,19 na semana. O vencimento de maio/25 fechou a R$ 82,09, alta de R$ 0,37 no dia, mas baixa de R$ 0,52 na semana. Já o vencimento de julho/25 terminou em R$ 73,62, com alta de R$ 0,26 no dia e baixa de R$ 0,55 na semana.
Mercado Internacional e Influência das Tarifas Comerciais
Na Bolsa de Chicago, o milho fechou em alta, impulsionado pelas mudanças nas tarifas comerciais. A cotação de maio, referência para a safra de verão brasileira, registrou uma alta de 1,81%, ou US$ 8,25 por bushel, alcançando US$ 464,00. Para a mesma data, a cotação de maio fechou a US$ 470,75, alta de 1,62% ou US$ 7,50 por bushel.
O milho foi o cereal mais favorecido com a redução das tarifas comerciais para os principais parceiros, como o México e o Canadá. O México, maior comprador de milho dos Estados Unidos, está reforçando seus estoques antes de quaisquer novas tarifas. Por sua vez, o Canadá, o maior consumidor de etanol de milho americano, processa grande parte da safra para a produção de etanol, o que impulsiona a demanda pelo grão.
Fonte: portaldoagronegocio