O mercado financeiro revisou novamente para cima suas projeções de inflação para 2025 e 2026, conforme apontado na pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira (24) pelo Banco Central. Enquanto as estimativas para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foram elevadas, as previsões para o Produto Interno Bruto (PIB) e para a taxa Selic permaneceram inalteradas em ambos os períodos.
O levantamento, que reflete a percepção de economistas sobre os principais indicadores econômicos, apontou que a expectativa para a inflação ao final de 2025 subiu para 5,65%, ante 5,60% na pesquisa anterior. Trata-se da 19ª alta consecutiva na projeção. Para 2026, a estimativa também foi revisada para cima, passando de 4,35% para 4,40%.
A meta de inflação estabelecida pelo Banco Central para os dois anos é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Selic e PIB mantêm projeções estáveis
A pesquisa Focus mostrou ainda que as expectativas para a taxa básica de juros (Selic) não sofreram alterações. A mediana das projeções indica que a Selic deve encerrar 2025 em 15,00%, enquanto para 2026 a taxa deve recuar para 12,50%.
O mesmo ocorreu com as previsões para o crescimento econômico. O mercado manteve sua projeção de expansão do PIB em 2,01% para 2025 e 1,70% para 2026, repetindo os números da semana anterior.
Os dados mais recentes do Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), divulgados na última semana pelo Banco Central, mostraram que a economia brasileira encerrou 2024 com crescimento de 3,8%, mesmo após uma contração acima do esperado em dezembro, indicando perda de fôlego no último trimestre do ano.
Dólar tem leve recuo nas projeções
A pesquisa Focus também revelou uma pequena redução na expectativa para a cotação do dólar em 2025, que passou de R$ 6,00 para R$ 5,99. Para 2026, a projeção foi mantida em R$ 6,00.
Desde o início do ano, o dólar acumula uma desvalorização de 7,26% frente ao real. Esse movimento é impulsionado por um ajuste nos preços da moeda norte-americana após a forte alta registrada no final de 2024, além do alívio do mercado em relação às políticas tarifárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Paralelamente, os investidores seguem atentos às declarações do governo sobre possíveis medidas para conter a inflação dos alimentos, um fator que tem sido apontado como essencial para o controle da trajetória dos preços no país.
Fonte: portaldoagronegocio