A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) orienta produtores e consumidores a adquirirem mudas de citros exclusivamente de viveiros devidamente cadastrados tanto na Agência quanto no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). A medida segue as diretrizes estabelecidas pela legislação vigente e tem como objetivo evitar a propagação de pragas como o Cancro Cítrico e o HLB (Greening), além de garantir a qualidade das plantas.
A Importância da Fiscalização na Comercialização de Mudas
José Ricardo Caixeta Ramos, presidente da Agrodefesa, destacou a relevância da fiscalização na produção e comercialização de mudas cítricas. “O comércio ilegal de mudas representa um risco significativo, pois muitas pragas podem não ser visíveis inicialmente, mas uma vez presentes, podem comprometer a produção no Estado”, alertou. Ramos ressaltou que, embora os produtores comerciais estejam cientes da obrigatoriedade de adquirir mudas saudáveis e com origem garantida, é fundamental que o público geral também compreenda a importância de adquirir mudas de fontes confiáveis, inclusive para áreas não comerciais, como jardins e pomares domésticos.
Atualmente, Goiás possui 11 viveiros cadastrados, localizados em cinco municípios: Anápolis, Goiânia, Goianira, Itaberaí e Goiatuba. A produção estimada para a safra 2024 é de 750 mil mudas, com uma projeção de aumento para 2025, podendo chegar a 1,72 milhão de mudas. Essas mudas serão distribuídas para Goiás e outros estados como Minas Gerais, Tocantins e Mato Grosso.
Riscos do Comércio Ilegal de Mudas
A gerente de Sanidade Vegetal da Agrodefesa, Daniela Rézio, explicou que Goiás é uma área de expansão da citricultura no Brasil, e com o aumento da demanda por mudas, nem sempre os produtores encontram mudas cadastradas disponíveis nos viveiros. “Mudas sem origem, embora mais baratas, podem introduzir pragas nos pomares, comprometendo a produção e a sanidade das plantações”, afirmou. A Agrodefesa tem realizado ações constantes para destruir mudas ambulantes e preservar a sanidade fitossanitária dos pomares no Estado.
Controle e Regulação da Produção de Mudas Cítricas
A produção de mudas de citros em Goiás segue uma série de normativas federais e estaduais, com o intuito de manter a sanidade das plantas e evitar a disseminação de pragas como o Cancro Cítrico e o HLB. Entre as regulamentações, destaca-se a proibição de viveiros a “céu aberto”, exigindo que a produção de mudas seja realizada em viveiros telados. Além disso, a comercialização de mudas deve ser acompanhada de documentos obrigatórios, como a Autorização de Trânsito Vegetal (ATV) e a Nota Fiscal.
A coordenadora do Programa de Citros da Agrodefesa, Mariza Mendanha, sublinhou a importância da Instrução Normativa (IN) nº 04/2011, que proíbe o comércio ambulante de mudas, independentemente da documentação de origem. “Essas mudas, sem a garantia de qualidade e segurança fitossanitária, são as principais responsáveis pela disseminação de pragas”, explicou.
Status Fitossanitário de Goiás e Presença de Pragas
Atualmente, Goiás é classificado pelo Mapa em três status fitossanitários no combate ao Cancro Cítrico: Área sob erradicação (em municípios como Itajá e Jataí), Área sob Sistema de Mitigação de Risco (em cidades como Itumbiara e Rio Verde) e Área sem Ocorrência (demais municípios). No caso do HLB, a praga está controlada em três municípios: Quirinópolis, Campo Limpo de Goiás e Anápolis.
“Adquirir mudas de fontes certificadas é essencial para garantir o sucesso do pomar, seja ele comercial ou doméstico, garantindo não apenas a qualidade da fruta, mas também a sanidade fitossanitária”, conclui Mariza.
Para mais informações e acesso à lista de viveiros cadastrados e regularizados junto à Agrodefesa e ao Mapa, consulte o site oficial da Agrodefesa de Goiás.
Fonte: portaldoagronegocio