Foto:
shutterstock
O Brasil, um dos maiores produtores de grãos do mundo, enfrenta desafios críticos em relação ao armazenamento adequado de milho e soja, commodities essenciais para a economia nacional e a segurança alimentar global. Fabrício Hergert, gerente técnico de fábricas e grãos da Kemin, destaca que o déficit estrutural nas unidades armazenadoras e as condições climáticas tropicais do país aumentam significativamente o risco de perdas durante o armazenamento. No entanto, ele enfatiza que a adoção de boas práticas e soluções tecnológicas pode mitigar esses problemas e preservar a qualidade dos grãos.
Impacto das Perdas na Cadeia Produtiva
Segundo o relatório “A Perda de Grãos no Brasil e no Mundo: dimensão, representatividade e diagnóstico”, publicado pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) em 2024, as perdas de grãos no Brasil e no mundo continuam sendo um problema significativo. Entre 2000 e 2020, a produção global de grãos como arroz, cevada, milho, soja e trigo somou 50,7 bilhões de toneladas, com o Brasil respondendo por 6,2% dessa produção. No entanto, perdas ao longo da cadeia produtiva impactam a economia, comprometendo a segurança alimentar e causando danos econômicos e energéticos.
O estudo revela que, em média, 15% da produção mundial de grãos é perdida desde a colheita até o consumidor final. Em 2020, com uma produção de 244,8 milhões de toneladas de arroz, milho, soja e trigo, o Brasil perdeu aproximadamente 36,7 milhões de toneladas, o equivalente a R$ 84,8 bilhões. Esse montante poderia ser convertido em 134,8 milhões de cestas básicas, destacando o impacto do desperdício e a necessidade de melhorar a gestão do armazenamento.
O Problema do Armazenamento no Brasil
Hergert explica que a falta de infraestrutura adequada e a obsolescência de muitas unidades armazenadoras no Brasil resultam na armazenagem inadequada de grãos, muitas vezes ao ar livre. A combinação de altas temperaturas e umidade favorece o crescimento de fungos e a produção de micotoxinas, substâncias prejudiciais à saúde humana e animal. Ele destaca que, enquanto a produtividade das lavouras tem aumentado devido aos avanços genéticos dos grãos, as condições de armazenamento não evoluíram na mesma medida, tornando a preservação dos grãos ainda mais crucial.
Soluções Tecnológicas para Preservação dos Grãos
Para enfrentar esses desafios, Hergert sugere práticas essenciais como o controle rigoroso de temperatura e umidade. “Temperaturas elevadas aceleram a deterioração e favorecem a proliferação de fungos, comprometendo a qualidade dos grãos”, alerta. Além disso, o uso de aditivos antifúngicos, como a linha Myco CURB® da Kemin, é fundamental para manter a qualidade dos grãos durante o armazenamento. Esses aditivos são compostos por ácidos orgânicos tamponados que protegem contra fungos e micotoxinas, além de possuírem surfactantes que melhoram a eficácia ao serem absorvidos pelos grãos.
A Importância de Reduzir as Perdas
Dado que a produção global de alimentos precisará aumentar em 70% até 2050 para atender à demanda populacional crescente, minimizar perdas no setor agrícola torna-se uma prioridade estratégica. A Conab aponta que os grãos são a principal fonte de energia alimentar mundial, reforçando a importância de ações para reduzir o desperdício e melhorar a eficiência na cadeia produtiva.
A Kemin não apenas fornece soluções tecnológicas, mas também apoia produtores, cooperativas e indústrias na implementação de boas práticas no campo, oferecendo suporte técnico e equipamentos que garantem rastreabilidade e segurança no armazenamento.
“Com o uso de tecnologias modernas e a adoção de boas práticas, o Brasil tem a oportunidade de melhorar significativamente a eficiência no armazenamento de grãos, reduzir perdas e consolidar sua posição como líder global na produção agrícola”, conclui Hergert.
Fonte: portaldoagronegocio
