O preço do etanol hidratado em Paulínia-SP permaneceu praticamente estável em dezembro, fechando o mês a R$ 2,73 por litro, uma ligeira queda de 0,3% em relação ao mês anterior. Essa estabilidade foi impulsionada pelo prolongamento da safra canavieira, que superou as expectativas e resultou em uma produção de etanol superior à prevista. A revisão constante das estimativas de produção contribuiu para segurar os preços do biocombustível, embora o mercado ainda mostre sinais de aperto no período da entressafra.
Expectativa de aumento nos preços e queda nas vendas no 1º trimestre de 2025
Apesar das revisões positivas para a produção, o cenário para os próximos meses indica uma tendência de elevação nos preços. A paridade do etanol hidratado em relação à gasolina na bomba de combustíveis, que está em 65% em São Paulo, deve superar 70% no primeiro trimestre de 2025. Esse cenário, por sua vez, deve impactar as vendas domésticas, que, atualmente, estão na casa de 1,8 bilhão de litros por mês. No entanto, estima-se que as vendas cairão para 1,6 bilhão de litros mensais no primeiro trimestre do próximo ano, devido à falta de estoque durante a entressafra, a menos que o preço do biocombustível se ajuste.
Desafios no estoque e na produção para a safra 2025/26
Caso o etanol não apresente aumento de preços nas próximas semanas, os estoques no final da safra 2024/25 podem ser muito baixos, o que pode resultar em uma pressão ainda maior sobre os preços nos meses de março e abril de 2025. A situação será influenciada principalmente pelo início da safra 2025/26 de cana-de-açúcar, que pode ser impactada por condições climáticas desfavoráveis, como ocorreu na safra de 2011/12, com excessos de chuva.
As perspectivas para a safra de 2025/26 indicam uma possível redução na oferta total de etanol, já que a diminuição na produção de etanol a partir da cana deve superar o aumento da oferta de etanol de milho. Isso pode resultar em preços relativos mais elevados para o etanol, colocando o biocombustível em uma posição ainda mais competitiva no mercado.
Fonte: portaldoagronegocio