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Agronegócio

Suinocultura: Perspectivas positivas apesar da moderação dos spreads no início de 2025

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O setor de suinocultura brasileira encerrou 2024 com um desempenho positivo, apesar da moderação nos preços registrados em dezembro. De acordo com o relatório divulgado pela Consultoria Agro do Itaú BBA, os spreads, que haviam alcançado altos níveis ao longo do ano, permaneceram elevados no fechamento do ciclo. A boa performance das exportações e o controle nos custos de produção foram fatores-chave para consolidar um ano favorável para a atividade.

Desempenho do Preço e das Exportações

Após sete meses consecutivos de alta, com o preço do suíno vivo superando os R$ 10/kg em novembro, os preços cederam ligeiramente em dezembro, com a média de R$ 9,05/kg, uma queda de 8,8% em relação ao mês anterior. Contudo, a cifra ainda representou um aumento de 29% frente a dezembro de 2023, mantendo um spread elevado na engorda do animal, estimado em R$ 320 por cabeça.

As exportações de carne suína, embora apresentando uma leve queda de 1,7% em relação a dezembro de 2023, fecharam o ano com um crescimento de 8,5% no volume total embarcado. O preço médio de exportação, embora tenha caído 0,4% em relação a novembro, alcançou US$ 2.529 por tonelada, um aumento de 13,5% frente ao mesmo mês do ano anterior, marcando um dos maiores patamares dos últimos cinco anos. Esse bom desempenho no preço das exportações contribuiu para um spread de 97% em dezembro, um avanço significativo em comparação com 87% no mês anterior e 39% no mesmo período de 2023.

Perspectivas para 2025

Para o ano de 2025, as projeções indicam que o ritmo de crescimento da produção suína deverá continuar moderado, com um aumento de até 1%, alcançando 5,25 milhões de toneladas. As exportações também devem crescer, com a previsão de embarque de até 1,37 milhão de toneladas, representando uma elevação de 3,8% sobre 2024.

Embora o início de 2025 possa trazer uma moderação nos spreads devido à possível acomodação nos preços do animal em janeiro, o cenário permanece favorável, com boas perspectivas para as margens de engorda, desde que a produção não se expanda de maneira excessiva. A expectativa de custos controlados e a manutenção das boas exportações podem garantir um ano positivo para o setor, embora seja necessário monitorar possíveis acelerações na produção, como ocorreu em 2020, quando altos spreads foram seguidos de um aumento mais expressivo na oferta.

Impacto do Mercado Global

Em termos globais, a produção de carne suína na China deverá enfrentar uma redução de 2,2% em 2025, segundo o USDA, em função da diminuição do estoque de matrizes e da retração no consumo doméstico. No entanto, isso não deve impactar significativamente as importações chinesas, uma vez que o volume de carne suína importado pelo país se manteve baixo nos últimos anos, caindo de 5,2 milhões de toneladas em 2020 para 1,3 milhão de toneladas em 2024, à medida que a produção local se recupera da Peste Suína Africana.

No curto prazo, o spread pode sofrer uma leve queda, refletindo a demanda mais fraca do início do ano. Contudo, as margens devem permanecer saudáveis, com espaço suficiente para ajustes sem comprometer de forma relevante a rentabilidade do setor.

Fonte: portaldoagronegocio

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