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Agronegócio

América do Sul impulsiona oferta global de soja com crescimento de até 20 milhões de toneladas

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Cenário de queda nos preços

A soja enfrentou um ano desafiador em 2024, marcado por quedas expressivas nos preços. Na Bolsa de Chicago (CBOT), o grão registrou uma desvalorização anual de 22% em relação a 2023, fechando dezembro a USD 9,83/bu, uma queda de 1,2% em relação a novembro. No mercado interno brasileiro, o recuo foi de 11,2%, com o preço médio em Paranaguá fixado em R$ 140,7/saca em dezembro, apesar de o câmbio ter ajudado a manter os valores acima de R$ 140/saca.

A retração nos preços é atribuída à colheita robusta nos Estados Unidos e às perspectivas positivas para a safra sul-americana, que pressionaram os valores. Além disso, a combinação de desvalorização na CBOT e redução nos prêmios contribuiu para o cenário de baixa.

Plantio na Argentina em fase final

A Argentina, grande produtora sul-americana, alcançou 92,7% da área total prevista para a safra 2024/25, estimada em 18,4 milhões de hectares, segundo a Bolsa de Cereales. As condições das lavouras são favoráveis: 53% foram classificadas como boas ou excelentes, 43% normais e apenas 4% ruins. Em comparação ao mesmo período de 2023, a qualidade apresenta leve melhora. Cerca de 20% das plantações já estão em fase reprodutiva, com boa umidade no solo favorecendo o desenvolvimento.

Expansão da oferta sul-americana

O relatório de dezembro do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) destacou uma elevação na previsão de produção da Argentina para 52 milhões de toneladas, 1 milhão acima da estimativa anterior. No Brasil, a produção foi revisada de 167 milhões para 170,1 milhões de toneladas, representando um crescimento de 1,9%. Com isso, a América do Sul pode adicionar 20 milhões de toneladas de soja ao mercado global em 2024/25, superando a safra anterior.

O Brasil, principal exportador global, deve atingir um novo recorde de embarques, estimados em 105 milhões de toneladas. A colheita já começou em algumas áreas do Mato Grosso, embora o ritmo ainda seja lento devido ao excesso de chuvas, que, por outro lado, beneficia o desenvolvimento das lavouras.

Desafios climáticos no radar

Apesar das boas perspectivas gerais, o clima continua sendo um fator crítico. No centro do Brasil, há previsão de chuvas intensas no fim do ciclo, enquanto no Sul, o calor e a seca começam a preocupar, especialmente no Rio Grande do Sul.

Impacto para o mercado interno e exportações

Com a confirmação de uma safra de 170 milhões de toneladas, o Brasil deve atender tanto à demanda interna, impulsionada pelo aumento do biodiesel (B15), quanto às exportações recordes. Esse cenário consolida o país como líder global no mercado de soja, mantendo sua posição de destaque mesmo em um ambiente de preços em baixa.

O desempenho sul-americano, especialmente do Brasil e da Argentina, será determinante para o equilíbrio do mercado global de soja em 2024/25.

Fonte: portaldoagronegocio

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