O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, divulgou nesta semana as Agromensais de dezembro de 2024. O material oferece uma retrospectiva detalhada dos principais setores agropecuários, destacando tendências, desafios e avanços que marcaram o ano. Confira os principais pontos analisados:
Açúcar
O mercado paulista de açúcar cristal branco mostrou resiliência em meio a um cenário de incertezas internas e externas. A menor oferta de cana-de-açúcar e a competição por seu uso entre diferentes fins incentivaram estratégias das usinas para maximizar margens, evidenciando a capacidade do setor de adaptação às adversidades.
Algodão
Em 2024, o Brasil consolidou sua posição como maior exportador mundial de algodão em pluma, superando os Estados Unidos, líderes desde 1993/94. O aumento da produção nacional pelo terceiro ano consecutivo, combinado à queda na produção norte-americana, foi determinante para essa conquista histórica.
Arroz
O setor de arroz enfrentou grande volatilidade ao longo de 2024. Preços despencaram no início do ano devido à expectativa de alta oferta. Porém, um desastre climático no Rio Grande do Sul em abril trouxe incertezas, elevando as cotações. Os preços se mantiveram firmes até novembro, mas recuaram no final do ano.
Boi
A pecuária brasileira vivenciou um ano de extremos. Em 2024, houve recordes de abate, exportação e disponibilidade interna, mas também fortes oscilações de preços. Produtores enfrentaram um mercado que alternou momentos de crise e recuperação, refletindo um possível início de novo ciclo no setor.
Café
Os preços de café robusta e arábica mais que dobraram em 2024, impulsionados por fatores como estiagem, calor intenso e uma colheita abaixo do esperado no Brasil. A menor produção global, especialmente no Vietnã, também contribuiu para a valorização do grão.
Etanol
O cenário para o etanol em 2024/25 apresentou mudanças significativas em relação à safra anterior. A redução no processamento de cana-de-açúcar e a expectativa de uma entressafra prolongada elevaram as cotações. O setor agora se prepara para avaliar os impactos climáticos na safra 2025/26.
Frango
O setor de avicultura de corte encerrou 2024 com resultados positivos. A valorização da carne e do frango vivo, sustentada pela demanda interna e externa, somou-se à queda nos custos de insumos, fortalecendo a rentabilidade dos produtores.
Milho
A oferta brasileira de milho caiu em 2024, impactada pela baixa produtividade das primeiras safras, embora a terceira tenha crescido. Já no cenário global, a oferta aumentou devido a colheitas maiores em grandes produtores, como Estados Unidos e China.
Ovinos
O mercado de ovinos registrou alta nas cotações em 2024, impulsionada pela restrição de oferta em diversas regiões. Essa valorização refletiu a limitação no número de animais disponíveis para abate.
Soja
Os produtores brasileiros de soja enfrentaram redução na renda em 2024. Embora a área cultivada tenha aumentado, a produtividade caiu, o que reduziu a produção nacional. No entanto, a demanda por óleo de soja para biodiesel ajudou a mitigar perdas mais acentuadas.
Trigo
Após quatro anos consecutivos de expansão, a área cultivada com trigo foi reduzida em 2024. A baixa rentabilidade do produtor, resultado de quedas acentuadas nos preços e perdas no campo, desestimulou novos investimentos na cultura.
Conclusão
As análises mensais do Cepea revelam como o ano de 2024 foi marcado por desafios climáticos, mudanças no mercado internacional e adaptações do setor agropecuário brasileiro. Para acessar os relatórios completos, visite o site do Cepea.
Agromensais de dezembro de 2024
Fonte: portaldoagronegocio