O mais recente Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, divulgado em 19 de dezembro, trouxe à tona o cenário estável da silvicultura na região administrativa de Pelotas, no Rio Grande do Sul. Apesar da estabilidade na área destinada ao cultivo de eucalipto, acácia-negra e pinus nos últimos anos, fatores econômicos e climáticos estão promovendo uma reavaliação dessa atividade pelos produtores rurais.
A partir de 2023, incentivos oferecidos por empresas florestais, somados às dificuldades enfrentadas pela pecuária de corte e às frustrações de safra, têm motivado o retorno ao investimento na silvicultura. Além disso, a alta nos preços da soja tornou a atividade florestal uma alternativa mais atrativa. No entanto, o setor ainda enfrenta restrições impostas pelo Código Florestal e pelo Zoneamento Ambiental da Silvicultura, que limitam o aproveitamento das áreas cultiváveis a 40%-45% do total disponível.
Perspectivas de Preços e Logística
A rentabilidade na silvicultura varia conforme fatores logísticos, tamanho das áreas plantadas e mecanização disponível para colheita e transporte. Na região, a acácia-negra alcança preços de R$ 130,00 por estere (st) empilhado na propriedade. Já o eucalipto apresenta valores entre R$ 90,00 e R$ 100,00/st.
Quando transportada diretamente para consumidores finais, como indústrias, a madeira pode atingir entre R$ 130,00 e R$ 150,00/st, e, no caso da acácia-negra, valores chegam a R$ 200,00/st.
Estagnação do Pinus em Passo Fundo
Na região de Passo Fundo, o cultivo de pinus permanece sem expansão, e os estoques estão reduzidos. Parte da produção local é destinada a empresas de Santa Catarina, evidenciando uma demanda regional específica para essa madeira.
Apesar de desafios relacionados à logística e às restrições ambientais, o setor florestal no Rio Grande do Sul apresenta sinais de revitalização, com expectativas de crescimento impulsionadas pela valorização da madeira e por incentivos crescentes. A perspectiva é de que a silvicultura retome espaço como uma alternativa viável e lucrativa no cenário rural do estado.
Fonte: portaldoagronegocio