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Claúdio Neves
O Marrocos anunciou, nesta segunda-feira (16), que continuará a oferecer subsídios para as importações de trigo destinadas à moagem até o final de abril de 2025, conforme comunicado da agência estatal de grãos ONICL. A medida visa mitigar os impactos da seca severa, que tem afetado a produção interna e comprometido o abastecimento doméstico.
Nos últimos dois anos, o Marrocos tem dependido de importações em razão de safras ruins, tornando-se um destino crescente para as exportações de trigo da União Europeia, e, mais recentemente, da Rússia.
Extensão do subsídio e impacto no mercado
A decisão de prorrogar o esquema de subsídios, que estava previsto para terminar em dezembro deste ano, foi tomada pelos ministérios das Finanças e da Agricultura do Marrocos. A ONICL informou que mais detalhes sobre a medida serão divulgados em breve, através de um comunicado oficial.
Historicamente, o Marrocos fechou seu mercado de trigo em anos de boas colheitas para proteger a produção nacional. Contudo, devido às dificuldades enfrentadas neste ano, o país manteve a janela de importação aberta ao longo de 2024, permitindo a continuidade das compras externas.
A prorrogação do subsídio deve assegurar um fornecimento constante de trigo para os moleiros locais até a próxima colheita no Marrocos, evitando possíveis desabastecimentos.
Crescimento da presença russa no mercado
A França, principal fornecedor de trigo para o Marrocos ao longo dos anos, perdeu parte de sua participação no mercado devido a uma colheita frustrada e à crescente concorrência de fornecedores mais baratos, especialmente do Mar Negro. Isso abriu espaço para a Rússia, que deve se tornar o maior fornecedor de trigo para o Marrocos na safra 2024/25, superando a França, de acordo com informações da associação marroquina de comerciantes de grãos FNCL, divulgadas em outubro.
Essa mudança no perfil dos fornecedores é vista como estratégica para garantir o abastecimento do mercado marroquino, que se torna cada vez mais relevante para os comerciantes russos, especialmente após a Argélia reduzir sua dependência do trigo francês.
Fonte: portaldoagronegocio